Respublica     Repertório Português de Ciência Política         Edição electrónica 2004


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Políticos Portugueses da Monarquia Constitucional (1820-1910)
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Paiva Manso, Visconde de (1831-1875). Levy Maria Jordão de Paiva Manso. Primeiro visconde de Paiva Manso desde 1869. Não quer ser professor de direito, dedicando-se à advocacia desde 1853-1854. Deputado em 1861-1870. Maçon e judeu. Aplica o sistema krausista ao direito penal, sendo também autor da única história da filosofia do direito publicada em Portugal durante o século XIX. Aceita o panteísmo, isto é, a consideração do homem e da sociedade como um microcosmos, ou tentativa de imitação da ordem universal, perspectivada como um organismo dotado de vida. Assume, assim, uma espécie de metafísica suave, onde se proclama o fim humano da perfeição e um desenvolvimento progressivo, integral e harmónico. Advogado de Portugal na questão de Lourenço Marques em 1871, suscitando a sentença de Mac Mahon.

 

Paiva, Vicente Ferrer de Neto (1798-1886) Doutor em cânones desde 1821. Nomeado lente-substituto em 31 de Julho de 1830, será demitido logo em 17 de Dezembro desse mesmo ano. Retira-se para a terra natal, Freixo, nos arredores da Lousã. Reintegrado em 14 de Julho de 1834, passa a assumir a cadeira de Direito público universal e das gentes. Deputado em 1838-1840 (faz parte da minoria cartista, com António Luís de Seabra, Joaquim António de Magalhães, jervis de Atouguia, Joaquim António de Aguiar e Oliveira Marreca) e em 1840-1842. Volta a Coimbra depois da subida ao poder de Costa Cabral. Critica publicamente a lei das rolhas de Costa Cabral em Fevereiro de 1850. Ministro da justiça dos históricos em 1857. Assume atitudes anticlericais na questão das Irmãs da Caridade. Amigo de Alexandre Herculano. Ministro da justiça de Loulé entre 14 de Março de 1858 e 16 de Março de 1859. Introdutor do krausismo em Portugal. Polémica com Rodrigues de Brito em 1869. Recusa o título de visconde do Freixo em 1870. Decide retirar-se da política depois da saldanhada de Maio de 1870.

 

A partir de 1843, começa a estruturar-se o chamado krausismo, essa mistura tipicamente peninsular entre o individualismo burguês e certa vulgata kantiana, introduzida pelas obras do professor da Université Libre de Bruxelas, Heinrich Ahrens XE "Ahrens"  (1807-1874), seguidor dos princípios de Karl Friedrich XE "Friedrich"  Krause XE "Krause"  (1781-1832). Ferrer XE "Ferrer" , grande amigo de Alexandre Herculano XE "Herculano" , foi o principal responsável pela formação de toda uma geração de juristas e homens de Estado da segunda metade do século XIX. Diz‑nos Cabral de Moncada XE "Moncada"  que a respectiva filosofia foi a filosofia jurídica do liberalismo burguês, enxertada na cepa do velho jusnaturalismo racionalista e que tudo quanto de individualismo liberal se encontra na mentalidade e cultura jurídica portuguesas da segunda metade do século XIX, no seu culto apaixonado pela liberdade e pela propriedade, se não tem em Ferrer a sua primeira origem, tem pelo menos nele, seguramente, embora sem grande originalidade, o seu definidor dogmático e o seu filósofo mais autorizado. Trata‑se de uma forma de filosofia intermediária para um povo que não seria um povo de filósofos, mas que adopta a filosofia do bom senso, um pouco talvez com fraco voo nos domínios da especulação abstracta, mas em contrapartida, com tanto mais forte sentido das realidades e com profundas raízes emocionais, sobretudo de ordem religiosa e ideológica. Aluno de Soares Barbosa XE "Soares Barbosa"  no Colégio das Artes em Coimbra, bebeu a sua inspiração no jusracionalismo josefista austríaco, sobretudo através de Martini XE "Martini" . E, invocando este humanitarismo do despotismo inteligente ou iluminado, conforme as sínteses de Luís António Verney XE "Verney"  e de Pombal XE "Pombal" , cabe-lhe ancorar as nossas ideias liberais nesse húmus contraditório. Apesar de em 1837 ter feito com que a Faculdade substituísse provisoriamente o manual de Martini pelos Élements de Droit Naturel de Burlamaqui XE "Burlamaqui" , vai ensaiando o seu futuro manual, chamado Filosofia do Direito, a partir de 1850, através da publicação de Elementos de Direito das Gentes, de 1839, do Curso de Direito Natural e dos Elementos de Direito Natural.

·Elementos de Direito das Gentes

1839

·Elementos de Direito Natural ou de Philosophia do Direito

1844

·Princípios Gerais de Philosophia do Direito

1850

 

 

Palmela, Duque de (1781-1850). Conde (em 1812), Marquês (1823) e Duque (1833) de Palmela. D. Pedro de Sousa Holstein. Herda, do pai, o título de conde de Sanfré, do Piemonte. Senhor dos morgados de Monfalim e Calhariz. Começa a destacar-se como diplomata, sendo representante de Portugal no Congresso de Viena de 1815 e, depois, embaixador em Londres. Nomeado ministro da guerra e dos negócios estrangeiros de D. João VI em 21 de Junho de 1817, mas só abandona o posto em 14 de Junho de 1820. Chega ao Rio de Janeiro em 23 de Dezembro de 1820, depois de passar por Lisboa, onde aconselha os membros da regência no sentido da convocação das Cortes. Apresenta, então, a D. João VI um projecto de Carta constitucional em 22 de Fevereiro de 1821. Deixa de ser ministro da guerra e dos negócios estrangeiros em 26 de Fevereiro de 1821. Ministro dos negócios estrangeiros de 1 de Junho de 1823 a 15 de Janeiro de 1825. Ministro do reino nesse governo, desde 14 de Maio de 1824. Par do reino desde 1826. Ministro dos negócios estrangeiros do governo da regência de D. Isabel Maria, nomeado em 8 de Junho de 1827, mas logo substituído por Saldanha, por se manter como embaixador em Londres. Faz parte da regência colectiva estabelecida por D. Pedro em 15 de Junho de 1829. Ministro dos negócios estrangeiros e do interino do reino, quando D. Pedro assume a regência individualmente, desde 3 de Março a 18 de Novembro de 1832. Mantém-se no reino até 29 de Julho  de 1832 e de 25 de Setembro a 10 de Novembro de 1832. Volta à pasta dos negócios estrangeiros em 26 de Março e 21 de Abril de 1833. Forma governo, entre 24 de Setembro de 1834 e 28 de Abril de 1835, sendo substituído pelo segundo conde de Linhares. Ministro dos negócios estrangeiros de 16 de Fevereiro a 28 de Abril de 1835. Ministro dos negócios estrangeiros no governo de Saldanha, de 27 de Maio a 18 de Novembro de 1835. Presidente da Câmara dos Pares desde 1836, efectivo e vitalício. Acusado de alta-traição em Novembro de 1836, na sequência da belenzada. Volta a emigrar depois dessa data. Participa na Associação Eleitoral do Centro que concorreu às eleições de 1838. Senador eleito em 1838 e 1842. Membro do governo do Entrudo, em 7 e 8 de Fevereiro de 1842. Novamente chefe do governo de 20 de Maio de 1846 a 6 de Outubro de 1846. Morre em 12 de Outubro de 1850, com 69 anos de idade, durante o último governo de Costa Cabral.

Ver, Maria Amélia Vaz de Carvalho, Vida do Duque de Palmela, D. Pedro de Sousa e Holstein, 3 vols., Lisboa, 1898-1903.

 

Pamplona Corte Real, Brigadeiro Manuel Inácio Martins (1760-1832) Agraciado, A Partir de 1 de Maio de 1823 Com O Título de Conde de Subserra). Natural de Angra. Maçon. Oficial do exército. Bacharel em matemática. Voluntário, com Gomes Freire no exército russo. Governador militar de Coimbra com Massena em 1810. Campanha do Rossilhão. Legião Portuguesa. Amnistiado pelas Cortes em 1821. Ministro da guerra entre 7 de Setembro e 13 de Outubro 1821, quando assumiu as funções de deputado pelos Açores. Voltou a exercer as funções de ministro da guerra, acumulando a pasta da marinha, de 1 de Junho de 1823 a 15 de Janeiro de 1825, na sequência da vilafrancada. Acusado de ligação aos franceses pelo representante britânico, acaba por ser afastado, numa decisão salomónica de D. João VI, que também libertou Palmela de tarefas governamentais, dado que este, ao inerso, era acusado pelo embaixador francês de ser um agente britânico. Era então ministro assistente ao despacho.  Preso de 1828 a 1832. Morre na prisão.

 

Pamplona Corte Real, Brigadeiro. Agraciado, a Partir de 1 de Maio de 1823 Com o título de Conde de Subserra). Natural de Angra. Maçon. Oficial do exército. Bacharel em matemática. Voluntário, com Gomes Freire no exército russo. Governador militar de Coimbra com Massena em 1810. Campanha do Rossilhão. Legião Portuguesa. Amnistiado pelas Cortes em 1821. Ministro da guerra entre 7 de Setembro e 13 de Outubro 1821, quando assumiu as funções de deputado pelos Açores. Voltou a exercer as funções de ministro da guerra, acumulando a pasta da marinha, de 1 de Junho de 1823 a 15 de Janeiro de 1825, na sequência da vilafrancada. Era então ministro assistente ao despacho.  Preso de 1828 a 1832. Morre na prisão.

 

Pando, José Maria (1787-1840) Ex-seminarista.Embaixador do governo constitucional espanhol em Lisboa, no ano de 1820. Em 1824 passa ao Peru, sendo nomeado ministro da fazenda por Bolívar

 

Parati, 2º Conde de.  D. João Inácio Francisco Paula de Noronha (1820-1884). Grande proprietário. Par do reino desde 1850. Governador civil de Lisboa em 1860. Grão-mestre do Grande Oriente Lusitano II de 1859 a 1869. Grão-mestre do Grande Oriente Lusitano Unido de 1869 a 1881, depois da unificação com a Confederação Maçónica Portuguesa.

 

 

Passos, José da Silva (Passos José) (1800-1863)  Maçon.  Foi grão-mestre adjunto da maçonaria do Norte. Advogado. Irmão de Passos Manuel. Jurista. Presidente da câmara municipal do Porto em 1833-1834 e em 1846-1847. Deputado em 1826-1828 e em 1834-1840, 1851-1856; 1857-1859. Presidente da Câmara dos Deputados em 1834-1835.

 

Passos, José Gerardo Ferreira (1801-1870). Maçon. Oficial do exército. Mindeleiro. Participa na revolta de 1844 contra Costa Cabral. Ministro da guerra de 14 de Janeiro de 1864 a 5 de Março de 1865.

 

 

Passos, Manuel da Silva (Passos Manuel). (1801-1862). Formado em leis em 1822. Responsável pela gazeta vintista O Amigo do Povo, de 1823. Advogado no Porto entre 1822 e 1828. Emigra em 1828, depois da revolta de 16 de Maio. Deputado em 1834-1836; 1836; 1837-1838; 1838-1840; 1843-1845; 1846; 1851-1852; 1853-1856; 1857-1858; 1858-1859. Senador em 1840-1842. Par do reino desde 17 de Maio de 1861, não chega a tomar posse. Um dos chefes da oposição ao partido dos amigos de D. Pedro em 1834, quando era grão-mestre da chamada Maçonaria do Norte. Eleito deputado pelo Minho, logo critica as eleições, não as considerando livres, por estarem suspensas as garantias constitucionais, por haver censura prévia e por terem sido realizadas sob o controlo, não de câmaras municipais eleitas, mas antes de  comissões nomeadas pelo governo. Em 1835, durante o governo da fusão, já se distancia dos radicais, como Francisco António de Campos, Leonel Tavares e Pinto Basto, considerados então como os irracionais. Lidera então uma espécie de terceiro partido que, a partir de 2 de Julho de 1836, edita O Português Constitucional, dirigido por Almeida Garrett, epicamente qualificado como partido da liberdade, contra o partido corruptor. Mas tal não obste a que procure entendimento com o ministro Rodrigo da Fonseca. Nas eleições de 17 de Julho de 1836 consegue eleger 27 deputados pelo Douro, contra um governamental chamorro, numa altura em que governava o duque da Terceira. Assume-se como um dos líderes da Revolução de 9 de Setembro de 1836. Ministro do reino do governo do conde de Lumiares, de 10 de Setembro a 4 de Novembro de 1836, tenta a moderação contra os radicais. Fala então num regime de soberania nacional, com uma constituição dada pela nação e não pela Coroa e com a abolição da Câmara dos Pares. Depois do golpe da Belenzada, faz parte do triunvirato revolucionário da nova situação, juntamente com Sá da Bandeira e Vieira de Castro. Institui-se então novo governo, presidido por Sá da Bandeira, de 5 de Novembro de 1836 a 1 de Junho de 1837, onde mantém a pasta do reino, acumulando com a da fazenda. É neste período que se assume como reformador, estando ligado ao novo código administrativo, de 31 de Dezembro de 1836, depois de terem sido suprimidos 466 concelhos, em 6 de Novembro. Organiza as eleições de 20 de Novembro e é um dos inspiradores da Constituição de 1838, negociada entre setembristas e cartistas moderados. Nas eleições consegue fazer eleger uma esmagadora maioria de setembristas moderados, criando-se uma espécie de partido revolucionário institucionalizado, de liderança gradualista. Em 21 de Janeiro de 1837, em discurso feito em Cortes, considera querer cercar o trono de instituições republicanas. Pretende que o rei seja o primeiro magistrado da nação e invoca a liberdade contra a licença. Em 1 de Junho de 1837, com o governo de Dias de Oliveira, abandona a sua actividade ministerial. Em Março de 1838 já critica a amnistia. Tendo em vista as eleições de 12 de Agosto e 12 de Setembro de 1838 inspira a Associação Eleitoral Pública, de setembristas moderados, contra a Associação Cívica, afecta aos radicais, e a Associação Eleitoral do Centro, juntando cartistas a ordeiros. Morre em 16 de Janeiro de 1862.

·Breve Razoamento a Favor da Liberdade Lusitana

Paris, 1832

·Discursos Parlamentares

Porto, Livraria Portuense Manuel Malheiro, prefácio e compilação de Luís Manuel Prado de Azevedo, 3 vols., Porto, 1880.

 

Pedro IV  1798-1834 Nasceu em 12 de Outubro de 1798. Casa em 1818 com Maria Leopoldina, arquiduquesa de Áustria, filha de Francisco I. Nasce D. Maria da Glória em 1819. Imperador do Brasil (1822-1831). Nasce D. Pedro, em 1825, futuro imperador do Brasil desde 1831, morrendo em 1891. Morre D. João VI em 10 de Março de 1826. Conselho de Regência reconhece D. Pedro como rei de Portugal em 20 de Março de 1826. Concede a Carta Constitucional aos portugueses em 29 de Abril de 1826. Abdica em D. Maria da Glória em 2 de Maio de 1826. Imperador do Brasil desde 12 de Outubro de 1822. Voltou a casar em 1829 com Amélia de Beauharnais. Abdica de Imperador do Brasil em 7 de Abril de 1831. Parte para França com D. Maria da Glória em 11 de Abril de 1831. Chegam a Cherburgo em 12 de Junho de 1831. Parte de Belle Isle para a Terceira em 12 de Fevereiro de 1832. Assume individualmente a regência em 3 de Março de 1832. Desembarque no Pampleido em 8 de Julho de 1832.  Instala-se no Porto em 9 de Julho de 1832. Instala-se em Lisboa em 28 de Julho de 1833. Em 27 de Maio de 1834, no dia seguinte à Convenção de Évora Monte foi apupado no teatro de S. Carlos. Confirmada a regência pelas Cortes em 28 de Agosto de 1834. Morreu com 36 anos, em 24 de Setembro de 1834.

 

Pedro V Nasce em 16 de Setembro de 1837. Recebe influência de Cousin e Guizot, bem como de Montalembert. Casa em 18 de Maio de 1858 com D. Estefânia (1837-1859). Influencia a formação do Curso Superior de Letras, em 1858. Morre em 11 de Novembro de 1861.

 

4Fortunato Queirós, D. Pedro V e o seu Pensamento Político, Porto, 5 vols., 1974-1982.

 

 

Pedroso, Zófimo Consiglieri (1851-1910) Professor do Curso Superior de Letras. Republicanos

 

 

Penalva, 3º Marquês de  (1754-1818) e 7º Conde de Tarouca, Fernando Teles da Silva Caminha e Meneses. Um dos teóricos portugueses do paternalismo absolutismo. O filho, que acompanhou o rei ao Brasil, será destacado membro da maçonaria. Considera que  nenhum freio é capaz de domar a fúria das Paixões, senão a religião, proclamando não ser possível uma sociedade em que não se verifiquem as situações de súbditos/ soberano e de obediência/ imperante. Porque o corpo moral do Estado tem um Árbitro a quem cabe moderar as desordens internas da Nação e é o seu defensor contra os inimigos externos. Salienta também que a obediência ao Rei é imagem da autoridade Paterna e fonte da ordem pública

1799

Dissertação a favor da Monarquia, onde se prova pela razão, auctoridade e experiência ser este o melhor e mais justo de todos os governos

 

Lisboa, Régia Officina Typographica, 1799. Obra reeditada em 1818.

 

Nova ed., Lisboa, Edições GAMA, 1944, com um estudo de Caetano Beirão

1804

Dissertação sobre as Obrigações dos Vassallos

 

Lisboa, Regia Officina Typographica, 1804.

 

2ª ed., Lisboa, 1815

 

3ª ed., Lisboa, ProDomo, 1945, com prefácio de Fernando Amado e carta de Paiva Couceiro.

 

Penha Garcia, 1º Conde de. José Capelo Franco Frazão (1872-1940). Depois de ter cursado direito, frequenta a École Libre des Sciences Politiques de Paris. Profere em 1895 uma conferência sobre a economia social cristã e, depois, sobre a partilha de África. Companheiro político de Barros Gomes. Deputado progressista em 1898, 1901, 1902, 1904 e 1905. Presidente da Câmara dos Deputados em 1901. Franquista em 1901 Ministro da fazenda de José Luciano, de 27 de Dezembro de 1905 a 19 de Março de 1906. Refugia-se em Genebra depois de 1910, asumindo-se como estudioso de questões coloniais Convidado por Sidónio Pais para ministro dos estrangeiros. participa na Conferência de Paz Presidente da Sociedade de Geografia e director da Escola Superior Colonial (1928-1940). Membro da movimento olímpico português. Depois do 28 de Maio, faz parte do Supremo Tribunal de Arbitragem da Sociedade das Nações. Membro da Comissão Organizadora dos Centenários. Autor de Les Colonies Portugaises, de 1931, obra destinada à Exposição Colonial Internacional de Paris. Ver Benedita Maria Fonseca Duque Vieira, O Conde de Penha Garcia e a sua Vida Pública. Ensaio Biográfico, Castelo Branco, 1972

 

 

Penha, Belchior José Garcês. General. Ministro da guerra dos históricos de 4 de Julho a 3 de Dezembro de 1860.

 

 

Peniche, Conde de Ver Noronha Portugal Camões de Albuquerque Moniz e Sousa, D. Caetano Gaspar de Almeida e (1820-1881) 3º Conde de Peniche e 8º Marquês de Angeja, Desde 1879 (Herdeiro de Uma Tia)

 

 

Pereira, Carlos Matias Encarregado de negócios de Portugal no Rio de Janeiro em 1826. Traz a notícia da concessão da Carta por D. Pedro IV a Lisboa. Chega em Junho, na fragata  Lealdade, adiantando-se a Charles Stuart que, antes, passa por Londres e apenas desembarca na capital em 7 de Julho.

 

Pereira, Frederico Guilherme da Silva  (1806-1871). Bacharel em direito. Maçon. Irmão do conde das Antas.  Desembargador. Deputado em 1851-1852; 1853-1856; 1857-1858. Ministro da justiça de Saldanha entre 3 de Setembro de 1853 e 6 de Junho de 1856, substituindo Rodrigo da Fonseca que ocupava a pasta interinamente.

 

 

Pereira, Joaquim Bento 1798-1875 Barão de Rio Zêzere Oficial do exército. Maçon. Cabralista. Deputado em 1842-1845; 1846; 1848-1851; 1865; 1870-1871; 1871-1874. Par do reino em 1874-1875.

 

Pereira, José Maria Dantas Membro da junta criada em 18 de Junho de 1823 para a reforma da lei fundamental.

 

Pessoa, Elias da Cunha Juiz da Relação de Lisboa. Ministro da justiça  do governo de Loulé, de 6 de Junho de 1856 a 14 de Março de 1857, quando foi substituído por Vicente Ferrer Neto Paiva.

 

 

Pestana, José Ferreira (1795-1885) Coronel. Lente de matemática da Universidade de Coimbra. Participa na revolta liberal de 1828. Preso e deportado para África, foge para o Brasil. Regressa em 1834.

·Ministro da marinha e ultramar no governo de Joaquim António de Aguiar, de 9 de Junho de 1841 a 7 de Fevereiro de 1842.

·Governador da Índia.

·Ministro do reino de Saldanha entre 22 de Maio e 7 de Julho de 1851 (para este lugar chegou a ser convidado Alexandre Herculano). Demite-se por discordar do decreto eleitoral de 20 de Junho.

 

Pimentel, António de Serpa 1825-1900 Lente da Politécnica, na área da matemática. Amigo de Herculano. Ministro da fazenda no primeiro governo de Fontes, entre 2 de Agosto de 1872 e 5 de Março de 1877.; Ministro da fazenda de 29 de Janeiro de 1878 a 1 de Junho de 1879. Ministro dos negócios estrangeiros no governo de Fontes de 14 de Novembro de 1881 a 31 de Maio de 1883. Sucede a Fontes na chefia dos regeneradores, em 1877. Tem a oposição de Barjona de Freitas que promove a dissidência da Esquerda Dinástica, até 1890.Presidente do conselho de 14 de Janeiro a 14 de Outubro de 1890, acumulando a pasta da guerra. O governo toma posse depois do Ultimatum e reconcilia Barjona de Freitas com os regeneradores. Assina o Tratado de Londres em 20 de Agosto de 1890. Cai sob a pressão da Liga Liberal.

Questões de Política Positivca. Da Nacionalidade e do Governo Representativo, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1881).

 

 

Pinheiro, Bernardino (1837-1896) Republicano histórico português de marca federalista que defende expressamente uns Estados Unidos da Europa em 1863, no Ensaio sobre a Organização da Sociedade Universal, publicado em O Instituto de Coimbra

 

 

Pinto, A. A. de Serpa (1780-1839) Alexandre Alberto de Serpa Pinto. Oficial do exército. Maçon. Deputado em 1823; 1834-1836 e 1838-1839.

 

Pinto, A. Serpa (1846-1900) Explorador africano. Oficial do exército. Nomeado, juntamente com Capelo e Ivens, para uma exploração africana. Afasta-se dos dois companheiros e conclui a travessia sozinho, atingindo o Zambeze e concluindo a travessia em Durban, em 19 de Março de 1879.

 

 

Pinto, Agostinho Albano da Silveira 1785-1852 Maçon. Bacharel em medicina desde 1813. Lente da faculdade de filosofia de Coimbra, de 1806 a 1814. Deputado de 1834 a 1852. Ministro da marinha e ultramar de Saldanha, entre 18 de Dezembro de 1847 e 29 de Março de 1848.

 

Pinto, António Florêncio de Sousa. Ministro da guerra no governo de Ávila, entre 5 de Março de 1877 e 29 de Janeiro de 1878.

 

 

Pinto, António Joaquim de Gouveia m. 1833 Formado em leis em 1805. Magistrado. Autor de um Manual de Apelação e Agravos, de 1813. Miguelista. orre em 10 de Outubro de 1833.

 Os Caracteres da Monarquia. Expostos em rezumo, para o fim de mostrar ao mesmo tempo a preferencia, que ella merece entre as mais fórmas de Governo

Lisboa, Imprensa Régia, 1824. Cfr. reed., Lisboa, ro Domo, 1944, com pref. de Fernando Aguiar).   

  Demonstração dos direitos que competem ao Senhor D. Miguel sobre a successão da Coroa de Portugal

Lisboa, Impressão Régia, 1828.

 

Pinto, Basílio Alberto de Sousa (1790-1881) Visconde de São Jerónimo, desde Novembro de 1862. Natural de Fundais, Barcelos. Doutor em leis desde 2 de Julho de 1817. Professor de direito da Universidade de Coimbra, por decreto de 14 de Julho de 1834. Deputado vintista e depois do regime cartista. Par do reino. Um dos primeiros opositores históricos à Regeneração. O primeiro professor da Cadeira de Direito Público Português pela Constituição, criada pela reforma de 1936, invocando Montesquieu, Bentham, Constant e Macarel. Reitor da Universidade de Coimbra, sendo demitido em Julho de 1863.

 

 

Pinto, Luís Augusto Pimentel 1843-1913 Militar. Por três vezes ministro da guerra em governos de Hintze Ribeiro, no crepúsculo da monarquia. Símbolo dos oficiais monárquicos portugueses na viragem do século.

·Ministro da guerra de Hintze Ribeiro de 23 de Fevereiro de 1893 a 7 de Abril de 1896.

·Ministro da guerra de Hintze Ribeiro de 26 de Junho de 1900 a 20 de Outubro de 1904

·Ministro da guerra de Hintze Ribeiro de 21 de Março a 19 de Maio de 1906

 

 

Pizarro  Pimentel de Almeida Carvalhais, Rodrigo Pinto (1788-1841). Barão da Ribeira de Sabrosa, Desde 1835. Colaborou na revolta liberal do Maranhão de 1821-1822. Foi portador do ultimatum de Saldanha a D. Isabel Maria, forçando ao juramento da Carta em 1826; participou nas archotadas  de 1827, mas entrou em conflito com D. Pedro, impugnando a regência. Em 22 de Junho de 1834, o mesmo D. Pedro prendia-o. Deputado eleito em 1834, não chegou a tomar assento porque as Cortes anularam a respectiva eleição. Membro fundador da Sociedade Patriótica Lisbonense em 9 de Março de 1836. Voltou a ser deputado em 1837. Presidente do ministério, ministro da guerra e dos negócios estrangeiros de 18 de Abril a 26 de Novembro de 1839, o último governo inteiramente setembrista. Eleito senador em 1838 e 1840.

 

Pizarro, Joaquim de Sousa  Quevedo (1777-1838) Visconde de Bóbeda Militar nas campanhas brasileiras do Maranhão e Montevideu. Aderiu à revolta do Porto de 1828. Comandante das forças pedristas que se retiraram para a Galiza em 1828. Retira-se para Plymouth. Deputado em 1834. Ministro da guerra no governo de António Dias de Oliveira, de 1 de Julho a 10 de Agosto de 1837. Ministro da guerra e da marinha no governo de Sá da Bandeira, de 10 de Agosto de 1837 a 9 de Novembro de 1837.

 

Ponte de Lima, Marquês de. Membro do chamado partido inglês. Ministro da fazenda desde 1792.

 

Ponte, 7º Conde da Manuel de Saldanha da Gama Melo Torres Guedes de Brito (1797-1852). Filho do 6º conde da Ponte, João Saldanha da Gama, governador da Baía em 1808. Maçon.  Oficial do exército. Par do reino desde 1826. Ministro da guerra e dos negócios estrangeiros do governo da regência de D. Isabel Maria, em 26 de Julho de 1827, substituindo Saldanha. Ministro de Portugal em Paris em 1828-1834.

 

Porto, António Carlos Coelho de Vasconcelos  (1855-1924) Oficial de engenharia  Ministro da guerra de João Franco (de 19 de Maio de 1906 a 4 de Fevereiro de 1908). Considerado o travesseiro militar de Franco (Raul Brandão, Memórias, p. 227) Eleito deputado em 5 de Abril de 1908 (apenas três deputados franquistas, sob o governo de Ferreira do Amaral). Volta a ser eleito deputado em 28 de Agosto de 1910, entrando em dissidência com os deputados franquistas de Lisboa. Integra então o chamado bloco conservador, com José Luciano, Campos Henriques e Jacinto Cândido, opondo-se ao governo de Teixeira de Sousa.

 

 

Porto, F. F. Silva  (1817-1890) Francisco Ferreira da Silva Porto. Comerciante. Explorador africano.

 

 

Portocarrero, J. C. Da C. A. C. João Cardoso da Cunha Araújo e Castro Portocarrero. Juiz do Supremo Tribunal de Justiça. Ministro da justiça no governo de Sabrosa, de 18 de Abril a 26 de Novembro de 1839.

 

Portugal, D. Pedro de Almeida  1754-1813 D. Pedro de Almeida Portugal. 3º Marquês de Alorna. Conde de Assumar. Comandante da Legião Portuguesa, criada por Napoleão. Condenado por traição à pátria, foi apenas reabilitado dez anos depois de morrer.

 

Portugal, T. A. Villa-Nova  1754-1839 Tomás António Villa-Nova Portugal. Magistrado, desembargador do paço, no Rio de Janeiro. Administrador da Casa de Bragança. Ministro do reino de D. João VI nomeado em 21 de Junho de 1817 até Fevereiro de 1821. Assumiu interinamente a marinha até Fevereiro de 1818. De 29 de Novembro de 1817 até à mesma data, de Fevereiro de 1818, foi também interinamente ministro da fazenda, da guerra e dos negócios estrangeiros, sendo o único ministro em funções junto de D. João VI, no Rio de Janeiro. Por ter referendado a lei antimaçónica de 30 de Março de 1818, foi alvo de uma lenda negra.

 

Póvoas, General  (1773-1852) Álvaro Xavier da Fonseca Coutinho e Póvoas. Participou na guerra peninsular. Aderiu à revolução de 1820, sendo eleito deputado às Constituintes por dois círculos, devido à popularidade. Partidário de D. Miguel e um dos seus chefes militares. Nomeado governador militar das duas Beiras em 9 de Janeiro de 1847, durante a Patuleia. Membro da maçonaria.

 

Praça, Lopes Praça, José Joaquim Lopes (1844-) Natural de Castedo, Alijó. Forma-se em Direito em 1868. Começa como professor do ensino secundário em Montemor-o-Novo, Viseu e Lisboa. Professor da Faculdade de Direito de Coimbra a partir de 1881, apresentando a tese O Catolicismo e as Nações. Da Liberdade da Igreja Portuguesa. Começa marcado pelo romantismo de Herculano e, por influência de Vicente Ferrer de Neto Paiva, adere depois ao Krausismo. Em 1904, foi nomeado aio do príncipe real, D. Luís, e do então infante D. Manuel. Abandona completamente a vida publica depois do regícidio de 1908.

·Historia da Philosophia em Portugal nas suas relações com o movimento geral da philosophia

Coimbra, Imprensa Litteraria, 1868.

·Direito Constitucional Portuguez

Coimbra, Imprensa Litteraria, 3 tomos, 1878-1880. Obra elaborada antes de ser professor da faculdade de direito.

·Estudos sobre a Carta Constitucional de 1826 e Acto Addicional de 1852

Em duas partes, Coimbra, Imprensa Litteraria, 1878 e 1879.

·Colecção de Leis e Subsídios para o Estudo do Direito Constitucional Português

Coimbra, Imprensa da Universidade, 1893-1894. Em dois volumes, I- Leis e Subsídios Referentes ao Nosso Velho Regimen Político, II- Constituições Políticas de Portugal.

 

 

 

Praia Grande de Macau, Visconde da Ver Guimarães Júnior, Isidoro Francisco (1808-1883)

 

 

Preto, Padre Marcos Pinto Soares Vaz (1782-1851). Maçon. Exílio em Londres 1829-1831 Arcebispo de Lacedemónia desde 1835. Confessor de D. Pedro IV e de D. Maria II. Deputado em 1834-35; 1842-46  e 48-51. Acusado de alta-traição em Novembro de 1836, na sequência da belenzada. Grão-mestre da Loja Provincial do Oriente irlandês de 1843 a 1851.

 

Proença, António Tavares. Ministro do reino no governo de Saldanha, entre 26 de Abril  e 22 de Agosto de 1847.

 

Proença, Francisco Tavares Influente progressista em Castelo Branco na década de 1880-1890. Rival do regenerador Vaz Preto Geraldes Financiou o jornal Correio da Beira (1884-1897)

 

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