Respublica     Repertório Português de Ciência Política         Edição electrónica 2004


Governo do duque da Terceira  de 20 de Abril a 9 de Setembro de 1836

Terceira, na presidência e na guerra.

No reino, Agostinho José Freire

Na justiça, Joaquim António de Aguiar

Na fazenda, Silva Carvalho

Na marinha, Manuel Gonçalves de Miranda

Nos estrangeiros, o conde de Vila Real  

 

·Dissolução da Sociedade Patriótica Lisbonense, em 28 de Abril

·Dissolução da Câmara dos Deputados em 4 de Junho

·Eleições de 17 de Julho de 1836

·Em 5 de Agosto de 1836 as Cortes foram adiadas por 37 dias, para 11 de Setembro. Aliás, as novas Cortes não chegaram a reunir, por causa dos acontecimentos de 9 de Setembro que levaram à restauração da Constituição de 1822.

 

O último governo devorista
O último gabinete do regime devorista. Não conseguindo ver aprovado o orçamento, o governo de Loureiro teve de demitir-se em 20 de Abril de 1836, regressando-se ao anterior situacionismo, numa clara aliança entre os chamorros e os moderados do partido aristocrata, mas sem Palmela. 

Domínio do Grande Oriente
O gabinete é claramente dominado pela maçonaria do Grande Oriente Lusitano. 

Bacharéis e proletários
O jornal da oposição O Português Constitucional fala no governo como uma falange de bacharéis e proletários, porque não mobiliza ninguém ligado ao comércio, à indústria e à propriedade, não existindo também um só homem de letras

Recusas de Lavradio e Valença
Antes do recurso a Terceira, chegam a ser convidados para  tal tarefa o conde do Lavradio e o marquês de Valença.


Dissolução do Clube dos Camilos
Uma das primeiras medidas tomadas foi a da dissolução da Sociedade Patriótica Lisbonense

Guarda Municipal
Seguiu-se um reforço da Guarda Municipal de Lisboa e a criação de força igual no Porto, ao mesmo tempo que se comprimiram as Guardas Nacionais, afectas aos radicais. Isto é, o facciosismo brincava às guardas pretorianas e passava a depender desse jogo de forças milicianas.

Eleições
Finalmente, o acto eleitoral de 17 de Julho de 1836, com a vitória dos cartistas governamentais, apesar de derrotados no Douro (Porto), Beira Alta, Beira Baixa e Algarve. Entre os deputados eleitos pelo Douro, vinte sete eram da oposição e apenas um assumia o partido dos amigos de D. Pedro. No total, o governo ficava com 79 deputados e a oposição com cerca de trinta, sendo os restantes desalinhados

 

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