PCTP/MRPP - Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (1970)
PCTP/MRPP. Fundado em 18 de
Setembro de 1970 por Arnaldo Matos, secretário-geral e futuro grande
educador da classe operária, Fernando Rosas, futuro historiador do Estado
Novo, e João Machado. Dominam antes de 1974 a revista O Tempo e o Modo,
com Amadeu Lopes Sabino, bem como o jornal Comércio do Funchal, dirigido
por Vicente Jorge Silva. Um dos seus militantes, o estudante José Ribeiro dos
Santos, é morto pela PIDE/DGS em 12 de Outubro de 1972. Assumem-se como
marxistas-leninistas, estalinistas e maoístas, contra o revisionismo e o
social-fascismo do PCP. Em 4 de Maio de 1974 já ocupam casas e impedem o
embarque de soldados, lançando o grito nem mais um soldado para as colónias.
Têm uma eficaz máquina de propaganda, principalmente em acções de pintagem
de paredes e através do jornal Luta Popular, cujo primeiro número legal
sai em 23 de Maio de 1974, dirigido pelo futuro professor de direito fiscal, José
Luís Saldanha Sanches. Este é preso logo em 7 de Junho de 1974, por incitar à
deserção em massa e com armas dos soldados mobilizados para África. A sua
activa organização estudantil, a Federação dos Estaudantes
Marxistas-Leninistas, chega a dominar a Faculdade de Direito de Lisboa,
considerada a terceira região libertada do mundo, depois da China e da
Albânia. Aí se destaca José Manuel Durão Barroso, futuro ministro do
cavaquismo e, depois, presidente do PSD. Entre as acções mais marcantes do
movimento destaca-se o assalto à sede do CDS em 4 de Novembro de 1974; as
manifestações contra a NATO de 31 de Janeiro e 7 de Fevereiro de 1975. Em 18
de Março de 1975, o MFA suspende o MRPP, seguindo-se manifestações de
protesto. Em Dezembro de 1976 transformam-se em Partido Comunista dos
Trabalhadores Portugueses, sendo liderados pelo antigo assistente de direito
e célebre advogado de causas laborais, António Garcia Pereira.