Respublica     Repertório Português de Ciência Política         Edição electrónica 2004


O Domínio dos Partidos-Sistema

Depois do Rotativismo

 

 

É necessário que se organizem dois partidos somente; um – mais ou menos conservador e outro – mais ou menos avançado.

José Luciano, ao receber na Câmara dos Deputados o governo de Ávila em 13 de Janeiro de 1871

Ó cínica Inglaterra, ó bêbada impudente,

Que tens levado tu, ao negro e à escravidão?

Chitas e hipocrisia, evangelho e aguardente,

Repartindo por todo o Escuro Continente

A mortalha de Cristo em tangas de algodão.

Guerra Junqueiro, Finis Patriae, publicado em 11 de Abril de 1890

A antiga fascinação exercida nos espíritos pelo poder dos reis e poder dos exércitos tem sido igualmente atenuada pelo poder superior que modernamente se reconhece ter essa coisa impessoal chamada dinheiro
.

Ramalho Ortigão

 

 

 

 

 

 

 

 

Pacto da Granja de 1876

União de históricos e reformistas

Com o Pacto da Granja, de 7 de Setembro de 1876, conologicamente sitauado entre a morte de Sá da Bandeira e a de Saldanha, deu-se a unificação dos históricos e dos reformistas, reconhecendo-se a urgente necessidade de organizar o partido progressista. Pouco antes, ocorrera a sexta feira negra de 18 de Agosto, com a corrida aos bancos e a consequente suspensão de pagamentos, provocada pelo jogo dos fundos espanhóis.

Bipolarização em lugar da fragmentação caudilhista

A partir de então, lançaram-se as bases de uma bipolarização, entre progressistas e regeneradores, eliminando-se a fragmentação caudilhista, até então dominante. Apesar de tudo, ainda ficaram desalinhados os constituintes de Dias Ferreira e os avilistas, já gravitando em torno dos regeneradores, enquanto se esboçou a constituição de um partido republicano, na altura ainda platónico. Já antes, em 10 de Janeiro de 1875, se tinha fundado o Partido Socialista Português que se assumia como marxista contra o bakuninismo.

Fontes e Serpa afastam-se

Alguns meses depois do Pacto da Granja, o governo de Fontes como que se autodissolvia, quando Fontes pede a demissão, dizendo estar doente, pretexto que também invocou o seu número dois, António Serpa, pelo D. Luís recorre a esse especialista em interregnos, chamdo António José de Ávila, aliás, indicado ao rei pelo próprio Fontes.

Ávila

O governo de Ávila, iniciado em 5 de Março de 1877, durará cerca de dez meses. Na Câmara dos Deputados tem o apoio de regeneradores e progressistas, numa unanimidade que apenas é desfeita pelo deputado independente Moreira de Rei e por José Dias Ferreira. Aliás, regeneradores e progresistas e regeneradores até competiam entre si, no sentido do apoio ao governo. Uma manifesta hipocrisia que escondia a necessidade de um período de transição para o estabelecimento de um claro confronto entre os dois novos blocos.

A maioria dos novos ministros é avilista, isto é, faz parte do grupo de amigos do presidente do conselho, destacando-se o novo ministro das obras públicas, Barros e Cunha. Outros nomes: José Sande de Magalhães e Mexia, José Eduardo de Melo Gouveia, João Gualberto de Barros e Cunha e Carlos Bento da Silva.

A procura do empréstimo internacional

O ministroda fazenda Carlos Bento da Silva assume como missão fundamental a obtenção de um grande empréstimo internacionald e 6 500 000 libras que tenta contrair junto da casa londrina Baring Brothers, mas tal intento sai frustrado perante uma campanha internacional de imprensa que acusa Portugal de não pagar os juros ajustados

 

Regresso de Fontes

Depois dos dez meses do governo de Ávila, com o apoio, cheio de reservas mentais, dos regeneradores e dos novos progressistas, eis novo regresso de Fontes entre Janeiro de 1878 e Junho de 1879. Conforme escrevia Ramalho Ortigão, o monarca lavrou então o decerto mandando o seu antigo ministério bochechar e encarregou o senhor marquês de Ávila e Bolama de reunir com os seus amigos o número de dentes necessários para formar uma gerência duradoura e firme

O mesmo autor observava que em Portugal em vez da lógica conservadores/ revolucionário havia uma maioria parlamentar e uma oposição composta de vários grupos dissidentes. Estes grupos são fragmentos dispersos do único partido existente – o partido conservador – fragmentos cuja gravitação constitui o organismo do poder legislativo. Estes partidos, todos conservadores, não tendo princípios próprios nem ideias fundamentais que os distingam uns dos outros, sendo absolutamente indiferente para a ordem e o progresso que governe um deles ou que governe qualquer dos outros, conchavaram-se todos e resolveram de comum acordo revesarem-se no poder e governarem alternadamente segundo o lado para que as despesas da retórica nos debates ou a força da corrupção na urna faça pesar a balança da régia escolha. Tal é o espectáculo recreativo que há vinte anos nos está dando a representação nacional

Uma equipa experiente

O novo governo que durará cerca dezasseis meses, de Janeiro de 1878 a Junho de 1879, dotado de uma nova eleitoral, de 8 de Maio de 1878, e vitorioso nas eleições do Outono desse mesmo ano, vai recuperar, quase completamente, a equipa que estava no poder em Março de 1877. Uma equipa com grande experiência, em tarefas governativas, reunindo nomes como Rodrigues Sampaio, Andrade Corvo e Barjona de Freitas e chamando pela primeira vez aos bancos ministeriais, o literato Tomás Ribeiro.

Grandes reformas

A experiência do grupo não significou falta de vontade reformista, como se manifesta na lei eleitoral, no novo código administrativo e na reforma da Câmara dos Pares. O fontismo, seguro do apoio do rei, da vitória eleitoral e do controlo do aparelho de poder, até se dá ao luxo de admitir a existência de deputados republicanos, de tal maneira que Fontes chega mesmo a patrocinar a candidatura de José Elias Garcia.

A vivacidade oposicionista dos progressistas

Os progressistas que contavam ser chamados pela primeira vez ao governo, depois da queda do governo de Ávila, dado serem a oposição unificada, vão criticar directamente o rei, quando este, chamando Fontes, exerceu poder pessoal, acusando os regeneradores de serem o partido do rei e da camarilha do Paço. E nem sequer poupam os governantes regeneradores,

Os republicanos

A decomposição do governo nos finais de 1878

A partir dos finais de 1878, o governo entra em decomposição, com a saída do ministério de Barjona de Freitas, o aparecimento da contestação de Vaz Preto e política externa protagonizada por Andrade Corvo.

Barjona de Freitas A relação de Fontes com os republicanos passava pela figura do ministro da justiça Barjona de Freitas e um dos pontos de convergência estava na criação de um sistema de registo civil obrigatório. Mas a maioria do gabinete não o admitia e Barjona foi derrotado, quando se aprovou que a obrigatoriedade do registo civil seria apenas para os não católicos. A monarquia constitucional não quis dar o salto no sentido do laicismo

Andrade Corvo O tratado de Lourenço Marques

Reforma eleitoral de 1878

Foi este novo governo de Fontes que, pegando numa anterior proposta do governo de Ávila, levou a cabo nova reforma da lei eleitoral, em 8 de Maio de 1878, aumentando os círculos eleitorais (137 no Continente e ilhas), ao mesmo tempo que alargou o colégio eleitoral, sendo considerados eleitores todos os cidadãos masculinos que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família.

Eleições de 1878

Nas eleições de 13 de Novembro de 1878, onde venceram globalmente os regeneradores, foi eleito, pelo Porto, o primeiro deputado republicano, José Joaquim Rodrigues de Freitas, com o apoio dos progressistas. Aliás, os republicanos foram de tal maneira considerados inofensivos que os próprios regeneradores chegaram a patrocinar a candidatura de José Elias Garcia, em Lisboa, onde obtiveram 1 590 votos (15%). Entretanto, o futuro republicano Guerra Junqueiro surgiu como deputado progressista por Macedo de Cavaleiros.

Foi então que J. Pedro de Oliveira Martins deu à estampa uma violenta crítica do método demoliberal vigente, em As Eleições, onde considerava que a sociedade não era a soma bruta dos indivíduos, mas a nação organizada em famílias, em associações, em comunas, em órgãos sociais, administrativos, económicos, geográficos, defendendo uma vaga representação orgânica. Para Martins, ao esquadro e ao compasso maçónicos, veio juntar-se a aitmética economista. Os números governam o mundo, tinha dito Pitágoras; e os novos idealistas cortaram, riscaram círculos, números, votos, censos; e, depois de tudo bem regulamentado, esperaram que do processo somatório viesse a genuína expressão da vontade dos indivíduos soberanos. Mas como? Se já Carlos V não pudera regular a um tempo cinco relógios, como regulariam muitos milhares de cabeças? Não importa, basta a maioria. E a minoria? Pois não é absoluto e soberano o indivíduos? Pois não é, em regra, menos ilustre a massa? Que importa, porém, razões ao ideal construtor? O absolutismo das doutrinas perverte as inteligências. O governo da liberdade ficou sendo a tirania das maiorias; e como a maioria é, por via de regra, ignara, nem a eleição dava o pensamento do povo inteligente, nem dava pensamento nenhum, por ser apenas máquina movida pelos ambiciosos, o realejo que toca a mesma ária aclamadora a todos os que lhe movem a manivela. Feitas a tiro, ou a cacete, ou a dinheiro, ou a empregos, as eleições liberais individualistas são o sofisma da representação; não por vício dos homens, embora os homens sejam viciosos, mas por essência do errado princípio que os dirige: só quando, outra vez, se compreender (e agora conscientemente) que a Sociedade é um corpo vivo, e não um agregado de indivíduos: só então tornará a haver representação verdadeira e ordem na democracia.

O modelo da proporcionalidade era adoptado pela Dinamarca desde 1855. Em 1867, no Reino Unido, por lei de 30 de Julho, adoptava-se o modelo das listas incompletas, mas restringindo-o apenas a doze colégios eleitorais de três representantes. Um modelo que havia sido lançado por Th. Hare e era defendido por John Stuart Mill.

No Brasil, em 1875, tinha-se adoptado o sistema das listas incompletas. Em Espanha, em 1876, já se adoptava este modelo às eleições municipais.

Governo progressista e eleições de 1879

Em 1 de Junho de 1879 surgiu novo governo progressista, sob a presidência de Anselmo Braamcamp, com José Luciano na pasta do reino. Era o primeiro governo do partido progressista, dando-se início ao chamado rotativismo puro, num jogo de partidos-sistema que se assumiam como irmãos-inimigos.

Seguiram-se as eleições de 19 de Outubro de 1879. Os governamentais progressistas, com o apoio dos avilistas, conseguiram 75% dos deputados (75), apesar de, na oposição, os regeneradores se terem coligado com os constituintes, reunindo 22 deputados Os republicanos voltaram a eleger Rodrigues de Freitas.

Nestas eleições houve uma luta intensa. Conforme a descrição de António Cândido, a urna foi disputada palmo a palmo, momento a momento. A oposição, julgando-se forte, entendeu que devia mostrar em toda a parte o seu valor e a sua influência.

Começo do rotativismo

Encerrada a era dos pequenos partidos, iniciou-se o ciclo do chamado rotativismo, onde os dois partidos dominantes, os regeneradores e os progressistas repartiram sucessivamente o mando. Como depois vai dizer João de Deus no poema Eleições, publicado em Campo de Flores:

Há entre el-rei e o povo

Por certo um acordo eterno:

Forma el-rei governo novo,

Logo o povo é do governo

Por aquele acordo eterno

Que há entre el-rei e o povo.

Graças a esta harmonia,

Que é realmente um mistério,

Havendo tantas facções,

O governo, o ministério

Ganha sempre as eleições

Por enorme maioria!

Havendo tantas facções,

É realmente um mistério!

Também Eça de Queirós, em Junho de 1871, observava que quando uma Câmara se fecha, o Governo nomeia outra. Nomeia - porque uma Câmara não é eleita pelo povo, é nomeada pelo Governo. O deputado é um empregado de confiança. Somente a sua nomeação não é feita por um decreto nitidamente impresso no Diário do Governo: o processo dessa nomeação é mais complicado e moroso. É por meio dos votos, os quais são tiras de papel, onde está escrito um nome, e que se deitam num domingo, dentro de umas caixas de pau, a que se chamam romanticamente urnas...

 

 

Governo regenerador e eleições de 1881

Cinco anos de governo regenerador

Em 25 de Março de 1881 os regeneradores voltaram ao poder, com um governo que começou por ser presidido por Rodrigues Sampaio que, a partir de Novembro, cedeu essa função a Fontes, numa terceira experiência que durou cerca de cinco anos. O fontismo continuava e o líder dos regeneradores passou a ser considerado como o dono da locanda (Rafael Bordalo Pinheiro), como alguém, que manejava um poder oculto

Lopo Vaz O gabinete presidido por Sampaio tem como figura principal o ministro da fazenda Lopo Vaz de Sampaio e Melo, cabendo-lhe preparar as eleições de 21 de Agosto de 1881.

EleiçõesNas eleições de 21 de Agosto de 1881 os governamentais regeneradores obtém uma esmagadora vitória, até na própria cidade do Porto, um tradicional feudo progressista. Os constituintes, entretanto, conseguiram vencer em quatro círculos eleitorais, com o apoio dos regeneradores. Os progressistas ficam reduzidos a 6 deputados.

Com efeito, a ala esquerda dos regeneradores, a chamada unha preta, liderada por Barjona de Freitas, com Lopo Vaz, Hintze Ribeiro e Júlio de Vilhena, empenhou-se fortemente na campanha, visando exterminar os progressistas, de maneira que a bipolarização pudesse ser feita, não entre regeneradores e progressistas, mas entre a a jovem ala esquerda dos regeneradores e a velha guarda fontista. Esta ala esquerda, que começa por ser marcada pela agressividade politiqueira de Lopo Vaz, chegou a querer atacar frontalmente Braamcamp por causa do Tratado de Lourenço Marques, o qual havia sido negociado pelo seu colega regenerador Andrade Corvo, contra a posição assumida por Fontes, aliás.

Fontes na presidência

A partir de 14 de Novembro de 1881, o gabinete passa a ser presidido por Fontes Pereira de Melo que logo assume a pasta da fazenda, excluindo Lopo Vaz. Já Rodrigues Sampaio invoca como pretexto para a saída do governo um conflito entre o ministro da fazenda, Lopo Vaz, e o ministro da guerra, Sanches de Castro. Na altura já se encontrava gravemente doente, vindo a falecer no ano seguinte, em 22 de Setembro.

Composição do novo governoDo anterior gabinete de Rodrigues Sampaio, apenas permanece na mesma pasta Hintze Ribeiro (nas obras públicas). Júlio Vilhena passa da marinha para a justiça. Tomás Ribeiro assume o interior. António Serpa os estrangeiros. Melo Gouveia a marinha e o ultramar. E Fontes, além da fazenda, ocupa a pasta da guerra, onde se mantém até ao fim do gabinete, dado que em 24 de Outubro de 1883 cedeu a fazenda a Hintze.

Morte de Ávila, Alves Martins e Rodrigues SampaioAliás, a morte de Sampaio foi precedida pelos falecimentos de António José de Ávila (3 de Maio de 1881) e de Alves Martins (5 de Fevereiro de 1882), três representantes de uma determinada geração que tinha emergido para a liderança política com o cabralismo, dadno-se lugar à imediata geração representada por Fontes, que atingia agora os cumes da respectiva actividade política.

Ser liberal Nessa década de oitenta, ser liberal ainda continuava a significar ser anticlerical, de acordo com as tradições maçónicas em que quase todos eles foram politicamente formados. E Fontes não escapava aos complexos do tempo. Mas o respectivo prgamatismo, impedia-o de exacerbar esta dimensão, porque, conforme as palavras de Júlio de Vilhena, a questão religiosa aterrava-o e bulir nela, ainda de leve, punha-lhe calafrios na medula.

Centenário do marquês de Pombal (1882)É assim que de maneira suave se comemorou o centenário do marquês de Pombal, com os republicanos a erigirem-no em bandeira e com os liberais monárquicos a secundarem a homenagem

A remodelação do Outono de 1883 Em 24 de Outubro de 1883, Fontes procedia a uma significativa remodelação governamental, quando, ao integram-se nos regeneradores os constituintes de José Dias Ferreira, dois membros deste grupo ascenderam ao governo: António Augusto de Aguiar à pasta das obras públicas e Manuel Pinheiro Chagas à da marinha e ultramar. O anterior titular das obras públicas, Hintze, substitui o próprio Fontes na fazenda. Já Barbosa du Bocage, que ocupava a marinha e ultramar passa para os estrangeiros. Ao mesmo tempo, Barjona de Freitas assume o reino e Lopo Vaz a pasta da justiça. Isto é, saíam Tomás Ribeiro, então no interior, e Júlio de Vilhena, até então na justiça.

Mais uma vez se destaca Lopo Vaz que, procurando assumir-se como uma espécie de salvador da ordem, se destaca pela elaboração de uma nova lei de imprensa que os opositores logo qualificam como nova lei das rolhas.

Lei eleitoral e eleiçõesO ano de 1884 é marcado tanto por uma nova lei eleitoral, de 21 de Maio, apoiada pela própria oposição progressista, como por novas eleições, em 29 de Junho, com nova vitória dos regeneradores, já conciliados com os constituintes.

Segundo Acto AdicionalOutra das reformas políticas desta fase do franquismo traduz-se no segundo acto adicional à Carta de 24 de Julho de 1885

A farta maioria dos fontistas, ainda por cima com o apoio dos constituintes, e a capacidade reformista demonstrada, nomeadamente pela nova lei eleitoral,

Nesse período, nas eleições de 5 e 26 de Novembro de 1882, para treze vagas parlamentares, surgiu como deputado regenerador do círculo de Lamego, a figura de Bernardino Machado. Na mesma altura, o futuro presidente da república, Manuel Arriaga foi eleito deputado pelo círculo do Funchal.

Os republicanos tentam, então, identificar-se com o patriotismo e o liberalismo. Para o efeito, desencadeiam um processo de recriação de mitos, tanto pela comemoração das datas de 24 de Agosto e 15 de Setembro, como pela construção de estátuas a Manuel Fernandes Tomás, Sá da Bandeira, José Estevão, Alves Martins e Joaquim António de Aguiar, para além de invocarem liberais como Borges Carneiro, Mouzinho da Silveira, José Liberato, Passos Manuel e Alexandre Herculano, bem como de outras figuras históricas como Camões, Damião Góis, Febo Moniz, João Pinto Ribeiro e o marquês de Pombal.

Por um lado, pretendiam que dizer viva a República significasse viva Portugal. por outro, tentavam identificar o ser republicano com o ser liberal. Apelam assim para os verdadeiramente liberais contra o ultramontanismo e as trevas da servidão intelectual em nome das novas ideias, isto é, do positivismo propagandeado por Teófilo Braga.

Deste modo, mobilizam os mitos fundadores do liberalismo monárquico, quando o regime, governado pelas segundas gerações desse historicismo se enredava nas teias do argentarismo e de dissolvia em corrupção e facciosismo.

Em Julho de 1882 os deputados republicanos apresentavam no parlamento um voto sobre a morte de Garibaldi. Em Janeiro de 1883, sobre o passamento de Gambetta. Ambos são rejeitados.

Reforma eleitoral e eleições de 1884

As eleições de 29 de Junho de 1884 já foram reguladas por nova lei eleitoral, de 21 de Maio de 1884, onde metade dos 152 deputados do Continente provinha de círculos uninominais. Nos 21 círculos distritais plurinominais vigorou o sistema da lista incompleta. Ao mesmo tempo, surgiram seis deputados por acumulação de votos em todo o reino, procurando garantir-se deste modo a eleição de deputados das minorias.

Nestas eleições deu-se nova vitória dos governamentais, mas já houve acalmia competitiva, pois em finais de 1883 foi pública e formalmente celebrado um acordo entre os marechais regeneradores e progressistas que definiu as linhas gerais da reforma eleitoral e do Acto Adicional. O rotativismo ganhou assim novos contornos, dado que nenhum dos dois grandes partidos admitiu a eliminação do outro.

Aliás, nas eleições apenas houve efectivo confronto em Lisboa, Porto e Ponta Delgada. Como dizia José Luciano, o acordo relaxou-nos bastante, porque alguns dos nossos se aproximaram de mais dos ministros, que os têm desfrutado a seu bel-prazer. Segundo a observação de Trindade Coelho, os acordos eleitorais irmanaram e confundiram os partidos da rotação, conduzindo à nula diferenciação destes no campo da acção governativa ou dos princípios.

 

Termo cunhado pelo dissidente regenerador João Franco, em 1900, sob um governo de Hintze Ribeiro, quando se preparava a dissidência regeneradora-iberal, concretizada em 14 de Maio de 1901. A expressão começou por ser utilizada em sentido pejorativo, contra o o Poder dividido em dois, o ludíbrio de progressistas e regeneradores, essas clientelas de dois homens.

Depois do Pacto da Granja de 1876.

Com o Pacto da Granja, de 7 de Setembro de 1876, conologicamente situado entre a morte de Sá da Bandeira e a de Saldanha, deu-se a unificação dos históricos e dos reformistas, reconhecendo-se a urgente necessidade de organizar o partido progressista.

Pouco antes, ocorrera a sexta feira negra de 18 de Agosto, com a corrida aos bancos e a consequente suspensão de pagamentos, provocada pelo jogo dos fundos espanhóis. A partir de então, lançaram-se as bases de uma bipolarização, entre progressistas e regeneradores, eliminando-se a fragmentação caudilhista, até então dominante. Apesar de tudo, ainda ficaram desalinhados os Constituintes de Dias Ferreira e os Avilistas, já gravitando em torno dos regeneradores, enquanto se esboçou a constituição de um partido republicano, na altura ainda platónico. Já antes, em 10 de Janeiro de 1875, se tinha fundado o Partido Socialista Português que se assumia como marxista contra o bakuninismo. Alguns meses depois do Pacto da Granja, o governo de Fontes como que se autodissolvia, quando Fontes pede a demissão, dizendo estar doente, pretexto que também invocou o seu número dois, António Serpa, pelo D. Luís recorre a António José de Ávila, aliás, indicado ao rei pelo próprio Fontes. O governo de Ávila, iniciado em 5 de Março de 1877, durará cerca de dez meses. Na Câmara dos Deputados tem o apoio de regeneradores e progressistas, numa unanimidade que apenas é desfeita pelo deputado independente Moreira de Rei e por José Dias Ferreira. Aliás, regeneradores e progresistas até competiam entre si, no sentido do apoio ao governo. Uma manifesta hipocrisia que escondia a necessidade de um período de transição para o estabelecimento de um claro confronto entre os dois novos blocos. A maioria dos novos ministros é avilista, isto é, faz parte do grupo de amigos do presidente do conselho, destacando-se o novo ministro das obras públicas, Barros e Cunha. O ministro da fazenda Carlos Bento da Silva assume como missão fundamental a obtenção de um grande empréstimo internacionald e 6 500 000 libras que tenta contrair junto da casa londrina Baring Brothers, mas tal intento sai frustrado perante uma campanha internacional de imprensa que acusa Portugal de não pagar os juros ajustados. Depois dos dez meses do governo de Ávila, com o apoio, cheio de reservas mentais, dos regeneradores e dos novos progressistas, eis novo regresso de Fontes entre Janeiro de 1878 e Junho de 1879. Conforme escrevia Ramalho Ortigão, o monarca lavrou então o decerto mandando o seu antigo ministério bochechar e encarregou o senhor marquês de Ávila e Bolama de reunir com os seus amigos o número de dentes necessários para formar uma gerência duradoura e firme O mesmo autor observava que em Portugal em vez da lógica conservadores/ revolucionário havia uma maioria parlamentar e uma oposição composta de vários grupos dissidentes. Estes grupos são fragmentos dispersos do único partido existente – o partido conservador – fragmentos cuja gravitação constitui o organismo do poder legislativo. Estes partidos, todos conservadores, não tendo princípios próprios nem ideias fundamentais que os distingam uns dos outros, sendo absolutamente indiferente para a ordem e o progresso que governe um deles ou que governe qualquer dos outros, conchavaram-se todos e resolveram de comum acordo revesarem-se no poder e governarem alternadamente segundo o lado para que as despesas da retórica nos debates ou a força da corrupção na urna faça pesar a balança da régia escolha. Tal é o espectáculo recreativo que há vinte anos nos está dando a representação nacional.O novo governo que durará cerca dezasseis meses, de Janeiro de 1878 a Junho de 1879, dotado de uma nova eleitoral, de 8 de Maio de 1878, e vitorioso nas eleições do Outono desse mesmo ano, vai recuperar, quase completamente, a equipa que estava no poder em Março de 1877. Uma equipa com grande experiência, em tarefas governativas, reunindo nomes como Rodrigues Sampaio, Andrade Corvo e Barjona de Freitas e chamando pela primeira vez aos bancos ministeriais, o literato Tomás Ribeiro.A experiência do grupo não significou falta de vontade reformista, como se manifesta na lei eleitoral, no novo código administrativo e na reforma da Câmara dos Pares. O fontismo, seguro do apoio do rei, da vitória eleitoral e do controlo do aparelho de poder, até se dá ao luxo de admitir a existência de deputados republicanos, de tal maneira que Fontes chega mesmo a patrocinar a candidatura de José Elias Garcia. Os progressistas que contavam ser chamados pela primeira vez ao governo, depois da queda do governo de Ávila, dado serem a oposição unificada, vão criticar directamente o rei, quando este, chamando Fontes, exerceu poder pessoal, acusando os regeneradores de serem o partido do rei e da camarilha do Paço. E nem sequer poupam os governantes regeneradores. A partir dos finais de 1878, o governo entra em decomposição, com a saída do ministério de Barjona de Freitas, o aparecimento da contestação de Vaz Preto e política externa protagonizada por Andrade Corvo. A relação de Fontes com os republicanos passava pela figura do ministro da justiça Barjona de Freitas e um dos pontos de convergência estava na criação de um sistema de registo civil obrigatório. Mas a maioria do gabinete não o admitia e Barjona foi derrotado, quando se aprovou que a obrigatoriedade do registo civil seria apenas para os não católicos. A monarquia constitucional não quis dar o salto no sentido do laicismo. Em 25 de Março de 1881 os regeneradores voltaram ao poder, com um governo que começou por ser presidido por Rodrigues Sampaio que, a partir de Novembro, cedeu essa função a Fontes, numa terceira experiência que durou cerca de cinco anos. O fontismo continuava e o líder dos regeneradores passou a ser considerado como o dono da locanda (Rafael Bordalo Pinheiro), como alguém, que manejava um poder oculto. O gabinete presidido por Sampaio tem como figura principal o ministro da fazenda Lopo Vaz de Sampaio e Melo, cabendo-lhe preparar as eleições de 21 de Agosto de 1881. Nas eleições de 21 de Agosto de 1881 os governamentais regeneradores obtém uma esmagadora vitória, até na própria cidade do Porto, um tradicional feudo progressista. Os constituintes, entretanto, conseguiram vencer em quatro círculos eleitorais, com o apoio dos regeneradores. Os progressistas ficam reduzidos a 6 deputados. Com efeito, a ala esquerda dos regeneradores, a chamada unha preta, liderada por Barjona de Freitas, com Lopo Vaz, Hintze Ribeiro e Júlio de Vilhena, empenhou-se fortemente na campanha, visando exterminar os progressistas, de maneira que a bipolarização pudesse ser feita, não entre regeneradores e progressistas, mas entre a a jovem ala esquerda dos regeneradores e a velha guarda fontista. Esta ala esquerda, que começa por ser marcada pela agressividade politiqueira de Lopo Vaz, chegou a querer atacar frontalmente Braamcamp por causa do Tratado de Lourenço Marques, o qual havia sido negociado pelo seu colega regenerador Andrade Corvo, contra a posição assumida por Fontes, aliás. A partir de 14 de Novembro de 1881, o gabinete passa a ser presidido por Fontes Pereira de Melo que logo assume a pasta da fazenda, excluindo Lopo Vaz. Já Rodrigues Sampaio invoca como pretexto para a saída do governo um conflito entre o ministro da fazenda, Lopo Vaz, e o ministro da guerra, Sanches de Castro. Na altura já se encontrava gravemente doente, vindo a falecer no ano seguinte, em 22 de Setembro. Do anterior gabinete de Rodrigues Sampaio, apenas permanece na mesma pasta Hintze Ribeiro (nas obras públicas). Júlio Vilhena passa da marinha para a justiça. Tomás Ribeiro assume o interior. António Serpa os estrangeiros. Melo Gouveia a marinha e o ultramar. E Fontes, além da fazenda, ocupa a pasta da guerra, onde se mantém até ao fim do gabinete, dado que em 24 de Outubro de 1883 cedeu a fazenda a Hintze. Aliás, a morte de Sampaio foi precedida pelos falecimentos de António José de Ávila (3 de Maio de 1881) e de Alves Martins (5 de Fevereiro de 1882), três representantes de uma determinada geração que tinha emergido para a liderança política com o cabralismo, dadno-se lugar à imediata geração representada por Fontes, que atingia agora os cumes da respectiva actividade política. Nessa década de oitenta, ser liberal ainda continuava a significar ser anticlerical, de acordo com as tradições maçónicas em que quase todos eles foram politicamente formados. E Fontes não escapava aos complexos do tempo. Mas o respectivo prgamatismo, impedia-o de exacerbar esta dimensão, porque, conforme as palavras de Júlio de Vilhena, a questão religiosa aterrava-o e bulir nela, ainda de leve, punha-lhe calafrios na medula.É assim que de maneira suave se comemorou o centenário do marquês de Pombal, com os republicanos a erigirem-no em bandeira e com os liberais monárquicos a secundarem a homenagem. Em 24 de Outubro de 1883, Fontes procedia a uma significativa remodelação governamental, quando, ao integram-se nos regeneradores os constituintes de José Dias Ferreira, dois membros deste grupo ascenderam ao governo: António Augusto de Aguiar à pasta das obras públicas e Manuel Pinheiro Chagas à da marinha e ultramar. O anterior titular das obras públicas, Hintze, substitui o próprio Fontes na fazenda. Já Barbosa du Bocage, que ocupava a marinha e ultramar passa para os estrangeiros. Ao mesmo tempo, Barjona de Freitas assume o reino e Lopo Vaz a pasta da justiça. Isto é, saíam Tomás Ribeiro, então no interior, e Júlio de Vilhena, até então na justiça. Mais uma vez se destaca Lopo Vaz que, procurando assumir-se como uma espécie de salvador da ordem, se destaca pela elaboração de uma nova lei de imprensa que os opositores logo qualificam como nova lei das rolhas. O ano de 1884 é marcado tanto por uma nova lei eleitoral, de 21 de Maio, apoiada pela própria oposição progressista, como por novas eleições, em 29 de Junho, com nova vitória dos regeneradores, já conciliados com os constituintes.Outra das reformas políticas desta fase do franquismo traduz-se no segundo acto adicional à Carta de 24 de Julho de 1885. A farta maioria dos fontistas, ainda por cima com o apoio dos constituintes, e a capacidade reformista demonstrada, nomeadamente pela nova lei eleitoral,

 

O regime político instaurado pelo fontismo à sombra da Carta "regenerada", se produziu uma razoável obra de fomento económico, marcada pelo incipiente capitalismo industrial, foi perdendo dignidade tanto em moralização como em ideias. O que era um generoso projecto de regeneração transformou- se num establishment quase tecnocrático e o sistema político institucional, marcado pelo caciqueirismo perdeu real representatividade. Houve, com efeito, um esvaziamento moral triturado pela máquina da rotina do poder, onde os delfins do sistema, como António Serpa Pimentel, tentaram uma evolução na continuidade que não conseguiu dinamizar a sociedade. Como salienta Cabral de Moncada, foi o período do desenvolvimento intenso do capitalismo... como forma de organização económica; do utilitarismo como nova filosofia oficial do Estado; do oportunismo, como nova moral inspiradora da política; do ultra-romantismo , como nova expressão da literatura, gerando-se uma mentalidade oficial do estado, essencialmente plutocrática e céptica. Vale de Lobos volta a ser o refúgio de todos quantos repudiaram os vícios da classe política. Ora, esgotadas que foram as fontes ideológicas daquele liberalismo, transformado num academismo estéril marcado pelo bafio de qualquer cultura oficial, eis que novas ideias agitaram a carcaça. Balouçando entre o positivismo e o krausismo, duas novas ideias marcaram o último quartel do seculo XIX: o socialismo e o republicanismo, simbolizadas pela chamada geração de 70, que retomou as ideias jacobinas embrulhadas num misto de socialismo utópico, republicanismo, iberismo, positivismo e novo idealismo pós-hegeliano.

Governo de José Luciano de 1886 a 1890

De 20 de Fevereiro de 1886 a 14 de Janeiro de 1890, novo governo progressista, já presidido por José Luciano. Pelo gabinete vão passar Francisco António da Veiga Beirão, Henrique Barros Gomes, Henrique Macedo Pereira Coutinho, Emídio Júlio Navarro, Mariano Cirilo de Carvalho, Eduardo José Coelho, Marino João Franzini, Visconde de S. Januário, José Joaquim de Castro,Matias de Carvalho e Vasconcelos, Francisco Felisberto Dias da Costa, José Maria Alpoim, Manuel Afonso Espregueira, Sebastião Custódio de Sousa Teles, António Eduardo Vilaça, Elvino José de Sousa Brito. Dura cerca de quatro anos e promove dois actos eleitorais, o de 6 de Março de 1887 e o de 20 de Outubro de 1889.

José Luciano havia ascendido à chefia dos progressistas com o apoio de Veiga Beirão, mas com a viva oposição de Emídio Navarro e Mariano de Carvalho. A todos tentou federar no respectivo gabinete. Chegou mesmo a ser aventada a hipótese de constituição de um novo ministério da agricultura, a ser atribuído a uma jovem estrela dos progressistas, Joaquim Pedro de Oliveira Martins, mas Navarro, ministro das obras públicas comércio e indústria, donde os serviços agrícolas se destacariam, opôs-se a essa amputação. Oliveira Martins ficou-se pela apresentação de um projecto de lei de fomento rural, em 27 de Abril de 1887, depois de Navrro já ter empreendido algumas significativas reformas estruturais do sector, como a criação de uma direcção-geral de agricultura e de agrónomos distritais (28 de Julho de 1886) e de institucionalizar as circunscrições regionais agrícolas e um Conselho Superior de Agricultura (9 de Dezembro de 1886).

O rei D. Luís demonstrou uma grave serenidade, quando não levantou obstáculos à inclusão de Navarro e Mariano no gabinete, os quais, como jornalistas, tinham sido violentos críticos do monarca. Aliás tinha íntimas relações com Barros Gomes, a quem ele carinhosamente chamava o meu dilecto ministro dos estrangeiros.

  Gomes, Henrique de Barros (1843-1898) Político português dos finais do século XIX. Formado pela Escola Politécnica, destaca-se como membro da direcção do Banco de Portugal. Fundador da Sociedade de Geografia de Lisboa. Deputado, primeiro como reformista e depois como progressista. Amigo de Oliveira Martins. Ministro da fazenda do governo de Braamcamp (de 1 de Junho de 1879 a 25 de Março de 1881). Ministro dos negócios estrangeiros de José Luciano, de 20 de Fevereiro de 1886 a 14 de Janeiro de 1890, quando sofre a questão do ultimatum. Ministro da marinha e ultramar no governo de José Luciano (de 7 de Fevereiro de 1897 a 18 de Agosto de 1890, período em que surge a convenção luso-alemã para a partilha das colónias portuguesa. De 8 de Novembro de 1897 a 3 de Novembro de 1898, acumula os estrangeiros.

 

 

Em 1898, quando a Espanha, depois de uma guerra com os norte-americanos, é obrigada quase a liquidar o respectivo império ultramarino, com a perda de Cuba e das Filipinas, também as possessões portuguesas começam a ser alvo de não disfarçados apetites das potências. Em Setembro desse ano surge uma convenção anglo-alemã para a partilha da África sob nossa administração e em Dezembro desse ano, o próprio Soveral, num telegrama dirigido a D. Carlos, refere a hipótese dos norte-americanos tomarem os Açores.

Governo de António Serpa de Janeiro a Outubro de 1890. Os regeneradores voltam ao governo depois do Ultimato, conseguindo conciliar-se com a Esquerda Dinástica, mobilizando Lopo Vaz, João Franco, Hintze Ribeiro, Frederico Gusmão Correia Arouca,Vasco Guedes de Carvalho e Meneses, João Arroio e Júlio de Vilhena.

Activismo republicano e movimentações da Liga Liberal contra o Tratado de Londres. António José de Almeida publica em 23 de Março um artigo com o escandaloso título Bragança, o último e em 11 de Abril é posto à venda o Finis Patriae de Guerra Junqueiro.

Eleições de 30 de Março de 1890

Eleições de 1890 (30 de Março)

Em 1890, 5 049 729 habitantes no continente e ilhas. 1 315 473 cidadãos masculinos maiores de 21 anos. 951 490 eleitores (18,8% da população total; 72,3% da população masculina maior de 21 anos). 169 deputados. 79 por círculos uninominais no continente. 58 por círculos plurinominais no continente, um círculo por cada sede de distrito. 4 por círculos plurinominais nas ilhas. 12 pelo ultramar. 6 deputados por acumulação de votos. Vitória dos governamentais regeneradores. 115 deputados pelo continente e ilhas. Esquerda Dinástica desaparece e apoia o governo regenerador. 33 deputados progressistas pelo continente e ilhas. 3 deputados republicanos (Elias Garcia, Latino Coelho, Manuel de Arriaga), todos por Lisboa, com o apoio dos progressistas, em lista de protesto. No poder, o governo regenerador de António Serpa.

Pouco tempo durou o governo de Serpa, depois de ter sido assinado o Tratado de Londres em 20 de Agosto de 1890. Em Setembro, já caía o gabinete, pressionado, sobretudo pelo aparecimento de uma Liga Liberal, participada, sobretudo, por militares e presidida pelo deputado Augusto Fuschini e que tinha como objectivo pressionar o governo no sentido da defesa dos legítimos interesses de Portugal. Pensou-se na manutenção dos regeneradores no governo, chamando o velho Martens Ferrão, então embaixador em Roma, mas a solução acabou por ser o recurso a um outro octogenário João Crisóstomo de Abreu e Sousa que, de 14 de Outubro 1890 a Janeiro de 1892, vai formar um governo extra-partidário, apoiado pela Liga Liberal. Numa primeira fase, o gabinete reúne nomes ilustres como António Cândido, no reino, António Enes, na marinha e ultramar, Tomás Ribeiro, nas obras públicas, e Barbosa du Bocage, nos estrangeiros. Em 25 de Maio de 1891 mobilizou para a pasta do reino Lopo Vaz e para a da fazenda, Mariano de Carvalho, enquanto Júlio de Vilhena surgia na marinha e ultramar e João Franco, nas obras públicas. Continuou a dança de personalidades que as circunstâncias iam queimando, contra a pretensão de Crisóstomo que pretendia um governo de apaziguamento e concórdia, mas que não conseguiu concretizar um grande empréstimo externo e teve de assistir a uma série de escândalos financeiros.

O governo da Liga Liberal vai ser desafiado pela revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891.

Em 7 de Maio corrida aos depósitos

Remodelação em 25 de Maio, com Lopo Vaz, Alberto António Morais de Carvalho, Mariano de Carvalho, Tomás Lobo de Ávila e João Franco.

Pensa-se em novo governo sendo aventados os nomes de Lobo de Ávila e de Lopo Vaz, acaba por escolher-se Dias Ferreira.

De 17 de Janeiro de 1892 a 23 de Fevereiro de 1893, . O governo, considerado de acalmação partidária, foi marcado pela participação de Oliveira Martins.

Jorge Cândido Cordeiro Pinheiro Furtado na guerra

·
Francisco Joaquim Ferreira do Amaral na marinha e ultramar. Este último, a partir de 23 de Dezembro de 1892 passou a acumular os estrangeiros.

Outros ministros:

· Oliveira Martins na fazenda

· D. António Aires Gouveia, bispo de Betsaida, na justiça

· António de Sousa Silva Costa Lobo nos estrangeiros

· Visconde de Chanceleiros, Sebastião José de Carvalho nas obras públicas

· António Teles Pereira de Vasconcelos substitui D. António Aires Gouveia, bispo de Betsaida, na justiça;

· Aires Gouveia passa para os estrangeiros, sucedendo a António de Sousa Silva Costa Lobo;

· Pedro Vítor da Costa Sequeira substitui o visconde de Chanceleiros, Sebastião José de Carvalho nas obras públicas.

Promove as eleições de 23 de Outubro de 1892 (os governamentais não obtêm maioria)

·
O governo, considerado de acalmação partidária, foi marcado pela participação de Oliveira Martins.

· O republicano Alves da Veiga, em carta dirigida a João Chagas, em Janeiro de 1893, dizia então que no campo monárquico, a situação é sempre a mesma. Não melhora, nem piora, porque também não pode piorar. O Dias Ferreira saiu-me um charlatão ignóbil… a monarquia está liquidada.

 

  · Governo de Ávila. 1877-1878

· Governo regenerador de Fontes De Janeiro de 1878 a  1 de Junho de 1879 (489 dias, cerca de dezasseis meses). O 4º governo regenerador, o 2º governo fontista. 15º governo da Regeneração. Eleições em 13 de Novembro de 1878. Fontes na presidência e na guerra. Rodrigues Sampaio no reino. António Serpa na fazenda. Barjona de Freitas na justiça, até 3 de Dezembro de 1878, quando é substituído por Couto Monteiro. Lourenço António de Carvalho nas obras públicas. Andrade Corvo nos estrangeiros. Tomás Ribeiro na marinha.

· Governo de Anselmo Braamcamp De 1 de Junho de 1879 a 25 de Março de 1881. Cerca de 664 dias. O primeiro governo progressista. Presidência de Anselmo Braamcamp, que também acumula os estrangeiros. José Luciano no reino. Adriano de Abreu Machado na justiça. Barros Gomes na fazenda. Saraiva de Carvalho nas obras públicas. João Crisóstomo na guerra, até 29 de Novembro de 1880, sendo substituído por José Joaquim de Castro. Na marinha, sucedem-se dois ministros: marquês da Sabugosa, até 17 de Junho de 1880, e o visconde de S. Januário, desde 3 de Julho de 1880.  Eleições em 19 de Outubro de 1879.

· Governo de Sampaio/ Fontes De 25 de Março de 1881. Primeiro com Rodrigues Sampaio (até 14 de Novembro de 1881) e depois com Fontes (até 20 de Fevereiro de 1886) (1794 dias).

· Governo progressista de José Luciano entre 20 de Fevereiro de 1886 e 14 de Janeiro de 1880. O presidente acumula a pasta do reino (1425 dias).

· Governo regenerador de António Serpa de 14 de Janeiro a 14 de Outubro de 1890. Presidente acumula a pasta do reino (274 dias).

· Governo extra-partidário de João Crisóstomo de 14 de Outubro de 1890 a Janeiro de 1892. No reino, António Cândido, até Maio de 1891, quando é substituído por Lopo Vaz (462 dias).

· Governo de José Dias Ferreira de 17 de Janeiro de 1892 a 23 de Fevereiro de 1893(404 dias).

· Governo regenerador de Hintze Ribeiro, a partir de 22 de Fevereiro de 1893 até 7 de Fevereiro de 1897. João Franco no reino (1446 dias).

· Governo progressista desde 7 de Fevereiro de 1897, de José Luciano, acumulando o reino (1235 dias)

 

 

Eleições de 1892 (23 de Outubro)

169 deputados. 79 por círculos uninominais no continente. 58 por círculos plurinominais no continente, um círculo por cada sede de distrito. 14 por círculos plurinominais nas ilhas. 12 pelo ultramar. 6 deputados por acumulação de votos. 52 deputados regeneradores no continente e ilhas. 33 progressistas no continente e ilhas. 26 governamentais apoiantes de Dias Ferreira. 8 independentes. 4 republicanos (obtêm em Lisboa 25%). Eleitos R. de Freitas pelo Porto e Jacinto Nunes por Lisboa. No poder, o governo de Dias Ferreira.

 

Governo de Hintze Ribeiro

Em 23 de Fevereiro de 1893, novo governo, agora regenerador, sob a presidência de Hintze Ribeiro, mobilizando, entre outros, João Franco, na pasta do reino, Fuschini, na fazenda, e Bernardino Machado, nas obras públicas.

E foram os regeneradores, dizendo-se concentração monárquica, que ganharam as eleições de 15 e 30 de Abril de 1894, reduzindo os progressistas a 11 deputados. Entretanto, a 17 de Dezembro, saíram do gabinete Fuschini e Bernardino.

Pouco antes, no dia 1 de Outubro, por ocasião da reabertura das Cortes, já o ministro João Franco reconheceu que não é já com ficções constitucionais que o país vai.

Promove as eleições de 15/ 30 de Abril de 1894 e de 17 de Novembro de 1895

· Presidente começou por acumular os estrangeiros (até 1895); desde os fins de 1893 acumula também com a fazenda.

João Franco, António de Azevedo Castelo Branco, Augusto Maria Fuschini, Bernardino Machado, João António de Brissac das Neves Ferreira, Luís Augusto Pimentel Pinto, Frederico de Gusmão Correia Arouca, Carlos Lobo de Ávila, Artur Alberto Campos Henriques, José Bento Ferreira de Almeida, Luís Soveral, Jacinto Cândido da Silva, José Estevão de Morais Sarmento.

 

Eleições de 1894

(15 e 30 de Abril)

Eleições realizadas durante o primeiro governo de Hintze Ribeiro, com João Franco na pasta do reino. Os governamentais regeneradores que se apresentam como concentração monárquica obtêm uma vitória esmagadora, reduzindo os progresistas a 11 deputados e os republicanos a dois deputados eleitos por Lisboa. Um universo de 986 233 eleitores tem de escolher 169 deputados: 79 por círculos uninominais no continente e 58 por círculos plurinominais no continente. Há um círculo por cada sede de distrito. 14 deputados por círculos plurinominais nas ilhas. 12 pelo ultramar. 6 deputados por acumulação de votos. 2 deputados republicanos em Lisboa.

Eleições de 1895

(17 de Novembro)

As eleições realizadas durante o segundo governo de Hintze Ribeiro, com João Franco na pasta do reino, realizam-se já sob a vigência do decreto eleitoraal de 28 de Março de 1895 que reduziu consideravelmente o colégio eleitoral, dado que, para 5 237 280 habitantes no continente e ilhas, há apenas 493 869 eleitores (9,4% da população total). Com efeito, segundo o novo diploma a capacidade eleitoral activa fica reduzida aos cidadãos masculinos, maiores de 21 anos que soubessem ler e escrever e colectados em contribuições não inferiores a 500 réis. Havia também uma redução para 120 deputados, regressando-se aos círculos plurinominais distritais que elegiam entre dois e catorze deputados, com lista completa e sem protecção das minoriais. Há 104 deputados por 17 círculos plurinominais no continente. 10 deputados por 4 círculos plurinominais nas ilhas. 6 círculos uninominais no ultramar. Mas Lisboa e Porto, cidades com forte votação republicanas, são integradas nos respectivos distritos. Acabam as eleições por acumulação de votos, em vigor desde 1884. Finalmente estabelece-se um sistema de quotas máximas para certas profissões, limitando-se a 40 os funcionários públicos e a 20 as profissões de médico e de advogado. Vitória dos governamentais regeneradores. Progressistas não concorrem em muitos círculos. Noutros formam com os republicanos uma chamada coligação liberal. Governo de Hintze continua.

Governo de José Luciano (1897-1900)

De 7 de Fevereiro de 1897 a 26 de Junho de 1900 Presidente acumula o reino. numa primeira fase: Veiga Beirão na justiça; Frederico Ressano Garcia, na fazenda; Barros Gomes na marinha e ultramar; Augusto José da Cunha, antigo mestre de D. Carlos e director da Casa da Moeda, nas obras públicas. General Francisco Maria Dias da Cunha, antigo governador da Índia e de Moçambique, na guerra. Matias de Carvalho e Vasconcelos nos estrangeirosNuma segunda fase, a partir de 18 de Agosto de 1898, apenas se mantêm: José Luciano Veiga Beirão (nos estrangeiros).Pinheiro Chagas, XIV, p. 88Dissolução das Cortes. Amnistia para os crimes de imprensaPedem a demissão o conde do Restelo, então presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e o general Queirós, comandante da Guarda Municipal. Mantém-se, contudo, o juiz Veiga.

Garcia, Frederico Ressano (1847-1911) Engenheiro por Paris. Professor de finanças no Instituto Comercial de Lisboa. Ministro da marinha e ultramar de José Luciano, de 23 de Fevereiro de 1889 a 14 de Jáneiro de 1890. Ministro da fazenda no segundo governo de José Luciano, de 7 de Fevereiro de 1897 a 26 de Junho de 1900.

 

 

Eleições de 1897

(2 de Maio)

525 466 eleitores. Lei de 21 de Maio de 1896. Regresso aos círculos uninominais no continente. Mantêm-se apenas os círculos plurinominais de Lisboa e Porto. Vitória dos governamentais progressistas. Abstenção dos republicanos. Governo progressista de José Luciano.

Eleições de 1899 (26 de Novembro)

5 423 132 habitantes no continente e ilhas, segundo o censo de 1900. 1 367 020 cidadãos masculinos maiores de 21 anos. 551 437 eleitores (10,3 % da população total; 40,3% da população masculina maior de 21 anos). 145 deputados. 118 círculos uninominais no continente. 18 círculos uninominais nas ilhas e ultramar. Círculos plurinominias em Lisboa e Porto. Vitória dos governamentais progressistas. 3 deputados republicanos no Porto, com apoio de progressistas e socialistas (Afonso Costa, Paulo Falcão e Xavier Esteves, os chamados deputados da peste). As eleições do Porto foram anuladas em 15 de Janeiro de 1900, mas repetidas em 18 de Fevereiro, com os mesmos resultados. Continua governo de José Luciano.

 

 

Entretanto, o modelo dos dois partidos-sistema entra em dissolução. Na direita dos regeneradores há uma fuga para a organização de um partido católico, com Casal Ribeiro e Jacinto Cândido, organizador do partido nacionalista, entre 1903 e 1910. No centro, João Franco vai constituir os Regeneradores Liberais, entre 1903 e 1908. Na esquerda há as posições centrífugas do antigo apoiante de Barjona de Freitas, Wenceslau de Lima, entre 1908 e 1910, para não falarmos em Bernardino Machado, que aderiu aos republicanos em 1904. O mesmo ambiente de fuga acontece comos progressistas. Barros Gomes passa para os católicos. Emídio Navarro e Oliveira Martins apoiam os regeneradores em 1893 quando o ex-progressista Carlos Lobo de Ávila se tornou ministro de Hintze Ribeiro. Apoiantes de governos regeneradores também foram os progressistas António Enes, em 1895, e Mariano de Carvalho que saiu do partido em 1890. Para não falarmos da dissidência de José Maria de Alpoim (1858-1916), entre 1905 e 1910, e na passagem para os republicanos de Braamcamp Freire e de Augusto José da Cunha em 1907. Mas entre os próprios republicanos, surgiram fortes dissências com Francisco Martins de Carvalho a passar- se para as hostes franquistas, em 1903, Elias Garcia a colaborar com Barjona de Freitas, em 1887, e José Falcão a ligar- se a Fuschini em 1891.

  Partido Progressista

Surge em 7 de Setembro de 1876, pelo Pacto da Granja, com a fusão de históricos e reformistas, isto é de todos os liberais que não se assumem como conservadores, ao contrário do que então dizia Fontes Pereira de Melo dos regeneradores, qualificados como liberais e conservadores. Instalado solenemente no dia 17 de Novembro seguinte.

Primeiro governo. 1879

O primeiro governo deste partido assume funções no dia 1 de Junho de 1879, sob a presidência de Anselmo Braamcamp Freire, até 25 de Mrço de 1881. Em 664 dias, prometendo moralidade e liberdade, mobilizam nomes como os de José Luciano, Cardoso Machado, Barros Gomes, Saraiva de Carvalho, João Crisóstomo, José Joaquim de Castro, marquês de Sabugosa e Visconde de S. Januário. Vencem as eleições de 19 de Outubro de 1879. Entre os deputados que elegem, destaca-se António Cândido que, logo em 17 de Fevereiro de 1880, defende um programa de Vida Nova. Outros nomes mobilizados como deputados são Emídio Navarro e Veiga Beirão. Mas em Janeiro e Dezembro de 1881 logo fazem como os regeneradores, com duas fornadas de pares.

Da adesão de Oliveira Martins à morte de Braamcamp

Mas em 1885, em Fevereiro, eis que Oliveira Martins, antigo socialista e republicano, adere ao partido, declarando que o mesmo é dos herdeiros de Passos. Segue-se a adesão de Carlos Lobo d’Ávila, quando Antero declara que o regime fontista não passa de uma oligarquia burocrático-financeira.

depois da morte de Braamcamp em Setembro de 1885. Luciano, eleito em 10 de Dezembro de 1885, teve o apoio de Barros Gomes e Oliveira Martins e a oposição de Emídio Navarro e Mariano de Carvalho.

Governo de José Luciano de 1886 a 1890

De 20 de Fevereiro de 1886 a 14 de Janeiro de 1890, novo governo progressista, já presidido por José Luciano. Pelo gabinete vão passar Veiga Beirão, Barros Gomes, Henrique de Macedo, Ressano Garcia, Emídio Navarro, Mariano de Carvalho, Augusto José da Cunha, Visconde de S. Januário, Eduardo José Coelho, Marino João Franzini.

Ganham as eleições de 6 de Março de 1887, conseguindo 113 em 169 deputados. Voltam a vencer as 20 de Outubro de 1889, com 104 deputados.

Nas de 30 de Março de 1879, sob o governo de António Serpa, há apenas 33 deputados progressistas. Número que se mantém nas de 23 de Outubro de 1892, sob o governo de Dias Ferreira. Sob o governo de Hintze, nas de Abril de 1894, são reduzidos a 11 deputados.

Formam com os republicanos a coligação liberal em 1894 e 1895.

Governo de 1897 a 1900

Novo governo progressista presidido por José Luciano de 7 de Fevereiro de 1897 a 26 de Junho de 1900. Durante 1235 dias, mobilizam-se Veiga Beirão, Ressano Garcia, Barros Gomes, Augusto José da Cunha, Francisco Morais Dias da Cunha, Matias de Carvalho e Vasconcelos, Felisberto Dias da Costa, José Maria de Alpoim, Manuel Afonso Espregueira, Sebastião Teles, António Eduardo Vilaça, Elvino de Sousa Brito. Vencem as eleições de de Maio de 1897 e de 26 de Novembro de 1899.

Governo de 1900 a 1906

Regressam ao poder de 20 de Outubro de 1900 a 1 de Fevereiro de 1906, de novo sob a presidência de José Luciano e vencem as eleições de 12 de Fevereiro de 1905.

Em 10 de Maio de 1905 surge a dissidência progresista de José de Alpoim.

Sob o governo de Hintze Ribeiro, formam em 4 de Abril de 1906 a concentração liberal com os franquistas. Nas eleições de 29 de Abril do mesmo ano têm apenas 17 deputados.

Apoiam a primeira fase do governo de João Franco, de 19 de Maio de 1906 a 2 de Maio de 1907. Nas eleições de 19 de Agosto de 1906 vencem as eleições em aliança com os franquistas.

Depois do regicídio, apoiam o governo de Ferreira do Amaral, desde 4 de Fevereiro de 1908 25 de Dezembro do mesmo ano.

Nas eleições de 5 de Abril de 1908 conseguem 59 dos 157 deputados.

Apoiam o governo de Campos Henriques, de 25 de Dezembro de 1908 a 11 de Abril de 1909. Dão quatro ministros ao governo de Sebastião Teles de 11 de Abril a 14 de Maio de 1909.

 

Rotativismo. Actores

Aguiar, António Augusto de (1838-1887). Lente de química na Escola Politécnica. Membro do partido constituinte, liderado porJosé Dias Ferreira, de 1871 a 1883. Ministro das obras públicas, comércio e indústria de 24 de Outubro de 1883 a 4 de Fevereiro de 1885, num governo de Fontes. Deputado regenerador em 1879 e em 1880-1881. Par do reino de 1881 a 1887. Grão-mestre do Grande Oriente Lusitano Unido (1886-1887). Presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa.

Almeida, José Bento Ferreira de (1847-1902). Oficial da marinha. Criou em Faro a escola de Alunos Marinheiros. Governador de Moçâmedes em 1878-1880. Deputado de 1884 a 1901. Par do reino desde 1901. Esbofeteia o ministro da marinha em plena Câmara dos Deputados em 7 de Maio de 1887. Condenado a 4 meses de prisão. Propõe em 27 de Fevereiro de 1888 a alienação de Moçambique, Guiné, Cabinda, Macau e Timor. Renova tal proposta em 1891. Ministro da marinha e ultramar no governo de Hintze, desde 17 de Janeiro a 26 de Novembro de 1895.

Arouca, Frederico de Gusmão Correia (1843-1902). Advogado. Ministro das obras públicas, comércio e indústria de António Serpa, de 14 de Janeiro a 14 de Outubro de 1890. Ministro dos negócios estrangeiros de Hintze de 20 de Dezembro de 1893 a 1 de Setembro de 1894.

Assunção, Manuel de (1844-1893). Regenerador. Deputado desde 1875. Bibliófilo. Ministro da justiça de 19 de Novembro de 1885 a 20 de Fevereiro de 1886.

Avelino, António Cardoso (1822-1889). Bacharel em direito e magistrado. Deputado. Ministro das obras públicas, comércio e indústria no primeiro governo de Fontes, entre 13 de Setembro de 1871 e 9 de Novembro de 1876, data em que passa para a justiça, até 5 de Março de 1877. Maçon. Membro do partido regenerador.

Ávila, Carlos Lobo d’ (1860-1895). Director de O Tempo. Fez parte do grupo dos Vencidos da Vida. Amigo de Oliveira Martins. Filho de Tomás de Lobo d’Ávila. Chamado o Carlotinha. Ministro das obras públicas, comércio e indústria no governo de Hintze, desde 20 de Dezembro de 1893, substituindo Bernardino Machado. Restringe o funcionamento das associações de classe em Janeiro de 1894. Passa a ministro dos negócios estrangeiros, no mesmo governo de Hintze, em 1 de Setembro de 1894. Morre em 21 de Setembro de 1895.

Brandão, António Emílio Correia de Sá (1821-1909). Jurista. Maçon. Magistrado. Deputado em 1842-1845; 1846; 1848-1851; 1851-1852; 1853-1856; 1857-1858; 1858-1859; 1869-1870; 1879. Governador civil de Coimbra em 1847 e 1847-1848. Ministro da justiça de João Crisóstomo de 14 de Outubro de 1890 a 25 de Maio de 1891.

Brito, Elvino José de Sousa (1851-1902).Goês. Engenheiro pelo Porto. Progressista. Deputado desde 1874. Director-geral de agricultura e secretário-geral do MOPCI. Par desde 1898. Lente do Instituto Industrial de Lisboa. Ministro das obras públicas, comércio e indústria no segundo governo de José Luciano, de 18 de Agosto de 1898 a 26 de Junho de 1900.

Burnay, Henry (1837-1909). Filho de um médico belga. Começou a vida como empregado do banqueiro Carlos Kus, com cuja filha casa; fundou, depois em Lisboaa a casa Hanry, Burnay & Cª, depois banco Burnay. Conde desde 1886. Deputado em 1894 e 1898. O palácio da Junqueira, onde funciona o ISCSP, foi por ele reconstruído. Será vendido em hasta pública no ano de 1937.

Cândido Ribeiro da Costa, António (1850-1922). Padre, professor de direito e ministro. Autor de uma tese de doutoramento sobre o problema eleitoral de 1878. Na década de 1880 firmou-se pela eloquência, sendo conhecido como a águia do Marão. Ministro do reino de João Crisóstomo de 14 de Outubro de 1890 a 25 de Maio de 1891.

Carrilho, António Maria Pereira (1835-1903). Maçon. Depois de uma carreira como empregado comercial, passou a funcionário público, ascendendo a director-geral da contabilidade pública e a secretário-geral do ministério da fazenda. Presidente da Companhia dos Caminhos de Ferros Portugueses. Deputado em 1875-79; 1882-94 e em 1902. Par do reino em 1902-1903.

Castelo Branco, António de Azevedo (1843-1916). Deputado por Trás os Montes. Ministro da justiça no governo de Hintze Ribeiro, de 23 de Fevereiro de 1893 a 7 de Fevereiro de 1897.

Castro, Caetano Pereira Sanches de. General. Ministro da guerra no governo de Rodrigues Sampaio, de 25 de Março a 14 de Novembro de 1881.

Chagas, Manuel Joaquim Pinheiro (1842-1895). Oficial do exército. Jornalista e historiador. membro do partido constituinte de Dias Ferreira, até à integração nos regeneradores em 1883. Professor no Curso Superior de Letras Deputado em 1871; 1871-1874; 1875-1878; 1879; 1882-1884; 1884-1887 Ministro da marinha e ultramar de 24 de Outubro de 1883 a 20 de Fevereiro de 1886. Autor de História de Portugal, popular e ilustrada, 8 vols., Lisboa, 1899-1903.

Coelho, Eduardo José Coelho. Ministro das obras públicas, comércio e indústria de José Luciano, de 23 de Fevereiro de 1889 a 14 de Janeiro de 1890; Ministro das obras públicas, comércio e indústria entre 20 de Outubro de 1904 e 27 de Abril de 1905; ministro do reino do mesmo governo, entre essa data e 19 de Março de 1906.

Cordeiro de sousa, Luciano Baptista (1844-1900) Formado pelo curso superior de letras em 1867. professor do Colégio Militar em 1871.Professor do Curso Superior de Letras a partir de 1872 Fundador da Sociedade de Geografia de Lisboa Entre as suas obras, Questões Histórico-Coloniais, Lisboa, Agência Geral das Colónias, 1835-1836, 3 volumes Ver J. M. Cordeiro de Sousa, Luciano Cordeiro, Lisboa, 1936

Coutinho, Henrique de Macedo Pereira(1843-1910). 1º Conde de Macedo. Lente da Politécnica. Ministro da marinha e ultramar no governo de José Luciano, de 20 de Fevereiro de 1886 a 23 de Fevereiro de 1889.

Crisóstomo de Abreu e Sousa, João. Membro da Liga Liberal. Chefe do governo de 14 de Outubro de 1890 a 17 de Janeiro de 1892, acumulando a pasta da guerra (governo extrapartidário)

Cunha, Augusto José da. Director da Casa da Moeda. Mestre de D. Carlos I. Ministro da fazenda de João Crisóstomo, de 24 de Novembro de 1890 a 25 de Maio de 1891. Ministro das obras públicas, comércio e indústria de José Luciano, de 7 de Fevereiro de 1897 a 18 de Agosto de 1898.

Cunha, Francisco Maria Dias da. Governador de Moçambique e da Índia. Ministro da guerra no segundo governo de José Luciano, de 7 de Fevereiro de 1897 a 26 de Junho de 1900

Cunha, João Gualberto de Barros e (m. 1882). •Jornalista. Autor de História da Liberdade em Portugal, Lisboa 1969 Companheiro de Loulé. Avilista. Ministro das obras públicas, comércio e indústria no governo de Ávila, entre 5 de Março de 1877 e 29 de Janeiro de 1878.

Dantas, Miguel Martins (1821-1910). Maçon. Ministro dos negócios estrangeiros do governo de Rodrigues Sampaio, de 25 de Março a 25 de Abril de 1881. Par do reino desde 1891.

Enes Júnior, António José (1848-1901). Formado no Curso Superior de Letras. Jornalista. Membro do partido histórico. Maçon. Deputado em 1880, 18844, 1887 e 1890. Bibliotecário-mor da Biblioteca Nacional em 1886. Ministro da marinha e ultramar de João Crisóstomo de 14 de Outubro de 1890 a 25 de Maio de 1891. Comissário régio em Moçambique em 1891. Ver Francisco de Assis de oliveira martins, O Ultimatum Visto por António Ennes, Lisboa, 1946

Falcão, José Joaquim Pereira (1841-1893). Professor de mecânica celeste e astronomia. Republicano, autor da Cartilha do Povo de 1884. Xiii 36

Ferreira, João António Brissac Das Neves
(1846-1902). Oficial da marinha de guerra. Governador civil do Porto em 1892. Especialista em questões coloniais. Ministro da marinha e do ultrmar de Hintze Ribeiro, de 23 de Fevereiro de 1893 a 26 de Novembro de 1895.

Ficalho, 3º Conde e 1º Marquês de. Francisco Manuel de Melo Breyner Teles da Silva (1837-1903). Botânico. membro do grupo dos Vencidos da Vida.

Fontana, José (1841-1876). Suíço de nascimento, foi fundador do Partido Socialista (1875). Inspirador da Fraternidade Operária.

Freitas, José Joaquim Rodrigues de (1840-1896). Maçon. Diplomado pela politécnica do Porto. Engenheiro e professor de economia política. Primeiro deputado republicano em 1870-1874; 1879-1881; 1884-1887; 1890 e 1893. Indigitado governante pela revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891. Membro do Partido Republicano. Adepto do socialismo catedrático. Morre em 27 de Junho de 1896.

Fuschini, Augusto Maria (1846-1911). Engenheiro civil. Director dos caminhos de ferro. Arqueólogo. Regenerador. Participa na dissidência da Esquerda Dinástica promovida por Barjona de Freitas contra a liderança de António Serpa. Amigo do republicano José Falcão. Activista da Liga Liberal. Ministro da fazenda de Hintze, de 23 de Fevereiro a 20 de Dezembro de 1893. Autor de Fragmentos de Memórias. Liquidações Políticas. Vermelhos e Azuis, Lisboa, Companhia Tipográfica, 1896 e de O Presente e o Futuro de Portugal, Lisboa, 1899. Eleito deputado independente em 25 de Novembro de 1900, sob o governo regenerador de Hintze.

Garcia, Frederico Ressano (1847-1911). Engenheiro por Paris. Professor de finanças no Instituto Comercial de Lisboa. Ministro da marinha e ultramar de José Luciano, de 23 de Fevereiro de 1889 a 14 de Jáneiro de 1890. Ministro da fazenda no segundo governo de José Luciano, de 7 de Fevereiro de 1897 a 26 de Junho de 1900.

Garcia, José Elias (1830-1891). Engenheiro militar e lente de mecânica da Escola do Exército. Propagandista republicano. Director do jornal A Democracia, fundado em 1873. Eleito deputado por Lisboa em 21 de Agosto de 1881, sob um governo regenerador. Era amigo de Fontes Pereira de Melo. Volta a ser eleito deputado republicano por Lisboa em 6 de Março de 1887, sob um governo progressista. Um dos três deputados republicanos eleitos em 30 de Março de 1890. Vereador da câmara de Lisboa. Foi grão-mestre da maçonaria.

Geraldes, Manuel Vaz Preto (1828-1902) Influente regenerador no distrito de Castelo Branco, na década de 1880. Dissidente dos regeneradores com Pinheiro Chagas, Sousa Lobo e o Conde da Graciosa, criando um movimento dito Mais regeneradores que os próprios regeneradores. Passa para os constituintes de Dias Ferreira,. Ataca o governo em 25 de Fevereiro de 1880 e tem um duelo com Emídio Navarro

Gneco, César Eudóxio Azedo (1849-1911). Operário. Fundador do Centro Republicano Federal (1873). Dirigente e fundador do Partido Socialista (1875). Tentou colaborar com D. Manuel II.

Gomes, Henrique de Barros (1843-1898). Formado pela Escola Politécnica. Fez parte da direcção do Banco de Portugal. Deputado reformista e progressista. Amigo de Oliveira Martins. Ministro da fazenda do governo de Braamcamp (de 1 de Junho de 1879 a 25 de Março de 1881). Ministro dos negócios estrangeiros de José Luciano, de 20 de Fevereiro de 1886 a 14 de Janeiro de 1890 (sofre a questão do ultimatum). Ministro da marinha e ultramar no governo de José Luciano (de 7 de Fevereiro de 1897 a 18 de Agosto de 1890, período em que surgiu a convenção luso-alemã para a partilha das colónias portuguesa). De 8 de Novembro de 1897 a 3 de Novembro de 1898, acumulou os estrangeiros. Fundador da Sociedade de Geografia de Lisboa. Faleceu em 15 de Novembro de 1898.

Lobo, António de Sousa da Silva Costa (1840-1913). Ministro dos negócios estrangeiros do governo de Dias Ferreira (entre 17 de Janeiro e 27 de Maio de 1892). Ver Descargo da minha responsabilidade de ministro, Lisboa, Imprensa nacional, 1893.

Machado, Adriano de Abreu Cardoso (1829-1891). Formado em direito. lente de direito em Coimbra em 1855. Publicou em 1858, no Instituto de Coimbra, as Prelecções de Direito Público de Ricardo Raimundo Nogueira. Professor de economia política da Academia Politécnica do Porto, desde 1858. Director-geral da instrução pública, nomeado em 18 de Fevereiro de 1865. Ministro da justiça no primeiro governo progressista, de Anselmo Braamcamp (1 de Junho de 1879 a 25 de Março de 1881).

Martins, Joaquim Pedro de Oliveira (1845-1894). Escritor. Funda o periódico A República em 11 de Maio de 1870, onde tem como colaborador Antero de Quental. Aí publica Os cinquenta anos da Monarquia Constitucional. Edita em 1872 Teoria do Socialismo. Em 1873, Portugal e o Socialismo. Em 1878, As Eleições. Em 1879, História da Civilização Ibérica e História de Portugal. Primeira edição do Portugal Contemporâneo em Abril de 1881 (na vigência do primeiro governo progressista de Anselmo Braamcamp). A segunda em Novembro de 1883 (sob a vigência do último governo de Fontes). Funda A Província em 1884. Adere aos progressitas em Fevereiro de 1885, editando nesse ano Política e Economia Nacional. Diz seguir o programa de Vida Nova, apresentado por António Cândido. Deputado progressista. Apresenta o projecto de lei do fomento rural em 27 de Abril de 1888. Ministro da fazenda do governo de Dias Ferreira, entre 17 de Janeiro de 1892. Morre em 24 de Agosto de 1894. Diz a Guerra Junqueiro que vem para Lisboa meter na cadeia o Mariano e o Navarro. Resposta de Junqueiro: Mas você, que quer ser um redentor, não pode viver de uma sinecura. Um redentor tem de carregar com uma cruz, e hoje para subor ao Calvário é preciso dinheiro para o caminho.

Melo, José Pinheiro de (1842-1929). Maçon. Comerciante de Lisboa. Fundador da associação dos Lojistas de Lisboa em 1870. Cacique progressista. Desliga-se destes nas eleições de 1894, juntamente com o prior da Lapa. Passou a dirigente do Partido Republicano.

Melo, Lopo Vaz de Sampaio e (1848-1892). Director-geral da instrução pública e das alfândegas. Ministro da fazenda do governo de Rodrigues Sampaio, de 25 de Março a 14 de Novembro de 1881. Ministro da justiça no mesmo governo, já presidido por Fontes de 24 de Outubro de 1883 a 24 de Fevereiro de 1885. Ministro do reino de João Crisóstomo, de 25 de Maio de 1891 a 17 de Janeiro de 1892. Passa, a partir desta data, a ministro da instrução pública até 17 de Janeiro de 1892. Ministro da fazenda e da justiça. Morre em 20 de Março de 1892.

Moniz, Jaime Constantino Freitas (1837-1917). Professor de história do Curso Superior de Letras. Ministro da marinha e ultramar no primeiro governo de Fontes, entre 13 de Setembro de 1871 e 6 de Setembro de 1875.

Monteiro, António Maria do Couto (1821-1896). Formado em direito. Deputado desde 1860. Par do reino desde 1878. Ministro da justiça no segundo governo de Fontes, entre 3 de Dezembro de 1878 e 1 de Junho de 1879.

Navarro, Emídio Júlio (1844-1905). Cursou medicina e direito, tendo enveredado pelo jornalismo. Fundou com António Ennes o Progresso. Depois será também fundador do Correio da Noite e de As Novidades (1885). Deputado progressista desde 1879. Ministro das obras públicas, comércio e indústria de José Luciano, entre 20 de Fevereiro de 1886 e 23 de Fevereiro de 1889. Embaixador em Paris em 1892.

Pinto, Luís Augusto Pimentel (1843-1913). Militar. Ministro da guerra de Hintze Ribeiro de 23 de Fevereiro de 1893 a 7 de Abril de 1896. Ministro da guerra de Hintze Ribeiro de 26 de Junho de 1900 a 20 de Outubro de 1904 e de 21 de Março a 19 de Maio de 1906

Proença, Francisco Tavares Influente progressista em Castelo Branco na década de 1880-1890. Rival do regenerador Vaz Preto Geraldes Financiou o jornal Correio da Beira (1884-1897)

Queiroz, José Maria Eça de (1845-1900). Jurista. Em 1867 foi redactor do jornal Distrito de Évora. Segue a carreira diplomática. Participa nas Conferências do casino de 1871, ano em começa a editar com Ramalho Ortigão As Farpas. Director da Revista de Portugal de 1889 a 1892. Publica A Cidade e as Serras em 1900. Morre em 16 de Agosto de 1900.

Quental, Antero Tarquínio de (1842-1893). Activista da Questão Coimbrã em 1865. Participa nas Conferências do Casino de 1871. Publica em 1886 A Filosofia da natureza dos Naturalistas. Em 1890, Tendências Gerais da Filosofia na Segunda metade do Século XIX.

Ribeiro Ferreira, Tomás António (1831-1901). Secretário-geral do governo da Índia. Ministro da marinha e ultramar no segundo governo de Fontes, entre 29 de Janeiro e 16 de Maio de 1878. Ministro do reino no governo de Fontes, entre 14 de Novembro de 1881 a 24 de Outubro de 1883. Ministro das obras públicas, comércio e indústria no mesmo governo de Fontes, de 19 de Novembro de 1885 a 20 de Fevereiro de 1886. Ministro das obras públicas, comércio e indústria de João Crisóstomo, de 14 de Outubro de 1890 a 25 de Maio de 1891. Autor do poema D. Jayme, ou a dminação de Castella, de 1862.

Ribeiro, Ernesto Rodolfo Hintze (1849-1907). Chamam-lhe o casaca de ferro. Considerado delicadísismo, do tipo de não ser capaz de dizer não a ninguém. Deputado em 1879; 1880-1881; 1882-1884. Chefe do partido regenerador depois de António Serpa. Ministro das obras públicas, comércio e indústria de Fontes desde 25 de Março de 1881 a 24 de Outubro de 1883. Passa nesta data a ministro da fazenda, até 20 de Fevereiro de 1886. Ministro dos negócios estrangeiros de António Serpa, de 14 de Janeiro a 14 de Outubro de 1890. Presidente do conselho de 23 de Fevereiro de 1893 a 7 de Fevereiro de 1897 (acumulou os estrangeiros, até 1895, e a fazenda, desde 20 de Dezembro de 1893) Presidente do conselho de 26 de Junho de 1900 a 20 de Outubro de 1904 (acumula o reino); Presidente do conselho de 21 de Março a 19 de Maio de 1906 (acumula o reino). Faleceu no dia 1 de Agosto de 1907.

Sá, António José de Barros e (n. 1823). Juiz. Deputado em 1854-1855; 1857-1858; 1858-1859; 1860-1861; 1865; 1865-1868; 1868-1869; 1871-1874. Par do reino desde Maio de 1854. Ministro da justiça do governo de Rodrigues Sampaio, de 25 de Março a 14 de Novembro de 1881.

São Januário, 1º Visconde de. Januário Correia de Almeida (1829-1901). Ministro da guerra. Ministro da marinha e ultramar, de 3 de Julho de 1880 a 25 de Março de 1881, no governo de Braamcamp.

Sarmento, José Estevão de Morais (1843-1930). Director do Colégio Militar e da Revista Militar. Historiador. Ministro da guerra de Hintze, entre 7 de Abril de 1896 e 7 de Fevereiro de 1897.

Sequeira, Pedro Vítor da Costa (1846-1905). Bacharel em matemática e filosofia. Jornalista. Sobrinho de Domingos Sequeira. Ministro das obras públicas, comércio e indústria do governo de Dias Ferreira, de 27 de Maio de 1892 a 23 de Fevereiro de 1893.

Serpa Pimentel, António de (1825-1900).Lente da Politécnica, na área da matemática. Amigo de Herculano. Ministro da fazenda no primeiro governo de Fontes, entre 2 de Agosto de 1872 e 5 de Março de 1877.; Ministro da fazenda de 29 de Janeiro de 1878 a 1 de Junho de 1879. Ministro dos negócios estrangeiros no governo de Fontes de 14 de Novembro de 1881 a 31 de Maio de 1883. Sucede a Fontes na chefia dos regeneradores, em 1877. Tem a oposição de Barjona de Freitas que promove a dissidência da Esquerda Dinástica, até 1890.Presidente do conselho de 14 de Janeiro a 14 de Outubro de 1890, acumulando a pasta da guerra. O governo toma posse depois do Ultimatum e reconcilia Barjona de Freitas com os regeneradores. Assina o Tratado de Londres em 20 de Agosto de 1890. Cai sob a pressão da Liga Liberal.

Soveral, Luís Augusto Pinto de (1850-1922). Marquês de Soveral Desde 1900. Começou a carreira na marinha de guerra. Licenciado em ciências políticas e administrativas em Lovaina. Entra na carreira diplomática em 1873. Embaixador em Londres desde 1890. Ligado ao grupo dos Vencidos da Vida. Amigo pessoal de Eduardo VII. Ministro dos negócios estrangeiros no governo de Hintze, desde 20 de Novembro de 1895 a 7 de Fevereiro de 1897. Regressa a Londres. Par do reino desde 1898.

Vasconcelos, António Teles Pereira de. Ministro da justiça do governo de Dias Ferreira, entre 27 de Maio de 1892 e 23 de Fevereiro de 1893.

Vasconcelos, Matias de Carvalho (1832-1910). Maçon. Lente de Coimbra. Deputado histórico 1865-1870. Par do reino desde 1880. Ministro da fazenda desde 5 de Março de 1865. Ministro dos negócios estrangeiros no governo de José Luciano de 7 de Fevereiro a 8 de Novembro de 1897.

Vilaça, António Eduardo Augusto (1852-1914). Oficial de engenharia. Parlamentar. Ministro da marinha e ultramar de José Luciano de 18 de Agosto de 1898 a 26 de Junho de 1900. Ministro dos negócios estrangeiros de José Luciano, entre 20 de Outubro de 1904 e 19 de Março de 1906. Ministro dos negócios estrangeiros no governo de Veiga Beirão, entre 22 de Dezembro de 1909 e 26 de Junho de 1910.

Vilhena, Júlio Marques de (1846-1928). Deputado regenerador em 1875-1878; 1879; 1880-1881; 1882-1884 e nas sessões seguintes. Par do reino desde 1890. Ministro da marinha e ultramar com Rodrigues Sampaio (de 25 de Março a 14 de Novembro de 1881). Ministro da justiça com Fontes (de 14 de Novembro de 1881 a 24 de Outubro de 1883). Ministro da marinha e do ultramar, de 5 de Abril a 14 de Outubro de 1890, no governo de António Serpa. Ministro da marinha e do ultramar com João Crisóstomo, de 25 de Maio de 1891 a 17 de Janeiro de 1892. Governador do Banco de Portugal de 1895 a 1907. Chefe do partido regenerador em 1908. Leva à demissão o governo de Ferreira do Amaral. Aconselha D. Manuel II a ir a casa de José Luciano em 27 de Agosto de 1909. Segundo Alpoim, foi um mau dirigente político de colectividades partidárias pela feição individualista, muito crítica e melindrosa, muito característica e especial do seu alto espírito Autor de As Raças Históricas da Península Ibérica e a Sua Influência no Direito Português, 1873; Antes da República. Notas Autobiográficas, I (1874-1907), Coimbra, França e Arménio, 1916, com um suplemento de 1918; D. Pedro V e o seu Reinado, Lisboa, 1921. Faleceu em Lisboa em 27 de Dezembro de 1928. Ver Raul Brandão, Memórias III, pp. 161 ss.


 
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Cópias autorizadas, desde que indicada a proveniência:
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Última revisão em: 08-12-2003

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