Respublica     Repertório Português de Ciência Política         Edição electrónica 2004

Ávila, António José (1806-1881) 

1º Conde de Ávila, desde 1864. 
Marquês de Ávila e Bolama, desde 31 de Maio de 1870. 
Duque de Ávila, desde 14 de Maio de 1878. O único plebeu que ascendeu à categoria de duque. 
Maçon. 
Várias vezes ministro e chefe do governo durante a monarquia liberal.

Bacharel em filosofia (1826). Professor de filosofia racional e moral na Horta. Estuda medicina em Paris. 
Presidente da câmara da Horta em 1831. Vogal e presidente do Supremo Tribunal Administrativo. 
 Deputado em 1834-36; 1838; 1840; 1840-42; 1842-1845; 1848-1851; 1851-1852; 1853-1856; 1857-1858; 1858-1859; 1860-1861; 1861. 
Destaca-se logo em 1838, quando apoia a amnistia de 4 de Abril desse ano, assumindo posições moderadas. 
Ministro da fazenda no governo de Joaquim António de Aguiar, de 9 de Junho de 1841 a 7 de Fevereiro de 1842. 

Mantém-se em tais funções no governo do Entrudo, presidido por Palmela em 7 e 8 de Fevereiro de 1842. 
Na altura escreve artigos no Diário e na Revolução de Setembro contra Costa Cabral e Terceira. 
 Volta a esta pasta desde 18 de Junho de 1849, no governo presidido por Costa Cabral, até 1851. Está então na origem da carta de lei de 16 de Abril de 1850, em que se institucionaliza o Banco de Portugal. Até então, assumira-se como alguém da oposição moderada e não sistemática ao cabralismo. Segundo palavras coevas de Lavradio, não lhe falta talento nem instrução, mas falta-lhe prudência e é cheio de orgulhocarácter versátil
Nos primeiros dias da Regeneração, aparece ligado a Terceira e a Fronteira, assumindo a liderança dos adeptos da anterior situação. 
Um dos 34 deputados oposicionistas em Novembro de 1851. 
Ministro da fazenda e dos negócios estrangeiros no segundo governo de Loulé de 4 de Julho de 1860 a 21 de Fevereiro de 1862. 
Governador da Companhia do Crédito Predial Português de 1864 a 1881. 
Ministro da fazenda e dos negócios estrangeiros no governo de Sá da Bandeira, de 17 de Abril a 4 de Setembro de 1865. 
Presidente do ministério de 4 de Janeiro a 22 de Julho de 1868., acumulando o reino e os estrangeiros (governo da direita reformista, na sequência da Janeirinha). Era então presidente da Câmara dos Pares. Curiosamente, este goveno quase não tem oposição na Câmara dos Deputados. Os regeneradores e os progressistas apenas competiam sobre quem mais estava disposto a apoiar o governo. Só se levantou contra o deputado independente visconde Moreira de Rei. Já na Câmara dos Pares, José Dias Ferreira assumiu uma atitude claramente oposicionista.

 




© José Adelino Maltez. Todos os direitos reservados. Última revisão em: 10-02-2009