Respublica Repertório Português de Ciência Política Edição electrónica/ 2004 |
Baptista, António Alçada (n.1927)
"Em Portugal, não temos liberais, mas
libertinos, demagogos e ultramontanos de todas as cores..."
Escritor.
Licenciado em direito, em 1950, e advogado. O paradigma do católico
oposicionista ao salazarismo que poderia ter sido um dos fundadores de um
partido democrata-cristão nos anos sessenta, hipótese que chegou a ser
aventada pelo próprio Cardeal Cerejeira. Dirige
a Livraria Moraes Editora desde 1958, introduzindo em Portugal o pensamento de
Emmanuel Mounier e de Teilhard de Chardin.
Director de O Tempo e o Modo de 1963 a 1969. Oposicionista,
candidato a deputado em 1961, depois de apoiar a candidatura de Humberto
Delgado em 1958. Funda
em 1965 a cooperativa Pragma, que pretende divulgar as teses de João
XXIII. Ligado a Jean Monnet, a Jean-Marie Domenach e ao movimento da revista Esprit. Colabora
com a abertura da primavera marcelista, publicando Conversas com Marcello
Caetano, concluídas em Janeiro de 1972, mas apenas editadas em Outubro do
ano seguinte. De 1971 a 1974 é assessor para a cultura do Ministro Veiga
Simão. Em
1970, numa carta ao então chefe do governo, considera que em Portugal, a
liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos
libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que
compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas. Depois
de 1974 é presidente do Instituto Português do Livro, administrador da
Fundação Oriente e presidente da Comissão Organizadora das Comemorações
do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Ligado à
Fundação Oriente, colabora de forma estreita com Mário Soares.
Documentos Políticos
Lisboa, Moraes, 1970.
Peregrinação Interior
O Tempo nas Palavras
Lisboa, Moraes, 1972.
A Cultura Portuguesa e a Integração Europeia
In Democracia e Liberdade, Lisboa, Junho de 1979, pp. 49-55
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