Respublica
Repertório Português de Ciência Política
Edição electrónica 2004
Machado,
Bernardino (1851-1944)
Bernardo Luís
Machado Guimarães. Consideravam-no o homem mais delicado de Portugal.
Mas Guerra Junqueiro diz que ele não é de ferro, mas de borracha: pode
passar-lhe um cilindro de estrada por cima que ele levanta-se logo, todo lépido,
a tirar o chapéu. Vai ser um lírio que dará
cicuta.Lente
de Coimbra. Criador de uma cadeira de Antropologia em 1885. Deputado regenerador
entre 1882 e 1884 (eleito em Novembro de 1882, sob um governo de Fontes). Par do
reino desde 1890. Eleito em 1894 para do reino pelos estabelecimentos científicos.
Ministro das obras públicas, comércio e indústria de Hintze de 23 de
Fevereiro a 20 de Dezembro de 1893, sendo substituído por Carlos Lobo de Ávila.
Preside a comício republicano em 7 de Março de 1898. Adere ao partido
republicano em 23 de Julho de 1903. Ministro dos negócios estrangeiros do
governo provisório de 5 de Outubro de 1910 a 4 de Setembro de 1911. Presidente
do Ministério e ministro do interior de 9 de Fevereiro a 12 de Dezembro de
1914. Constitui governo em 1914. Presidente da república em 1915-1917
(eleito em 6 de Agosto de 1915; posse em 5 de Outubro de 1915 até 8 de
Dezembro de 1917) e em 1925-1926 (de 11 de Dezembro de 1925 a 31 de Maio de
1926). Presidente do ministério de 2 de Março a 23 de Maio de 1921, acumulando
o interior e a agricultura (nesta pasta de 2 de Março a 4 de Maio e de 19 a 23
de Maio). Regressa do exílio em 1940. Bernardino Machado publica uma crítica
em O Acto Colonial da Ditadura, onde considera que há dois nacionalismos diametralmente
opostos, um liberal, democrático, pacífico, outro reccionário, despótico,
militarista. Salienta que o diploma o brandão
inendiário dum ukase colonialista, invocando a circunstância da República
ter continuado a política dos liberais monárquicos. Proclama que a nacionalização das colónias só se faz pela íntima
cooperação com a metrópole, e não é para ditaduras; que o problema colonia consiste, como todo o problema social,
numa questão de liberdade. Reconhece que a alma da
nação é indivisível e que Portugal entrou na guerra
por causa das colónias.