Geertz, Clifford
Einleitung in die Geisteswissenschaften, 1883-1911
Gellner, Ernest
Gemeinschaft und Gesellschaft, 1887
Genebra
Genebra, Encontros Internacionais
Génios invisíveis da cidade
Genocídio
Genos
Génova
Gens
Gentile, Giovanni
Gentili, Alberico (
Gentleman
Gény, François
Geography and Politics in a Divided World,
Geometria
Geórgia
Geopolítica
Geopolítica do Brasil, 1967
Geraldes, João José Vaz Preto (m. 1843)
Geraldes, Manuel Vaz Preto (1828-1902)
Gerber, H.
Gerbet, Pierre
Gestão de crises
Geografia e Política
Geographical Environment
Germani, Gino
Germino, Dante
Gerontocracia
Gerson, Jean (
Der geschlossene Handelsstaat, 1800
Gestalt
Gestapo
|
Geertz, Clifford Antropólogo político norte-americano. Nasce em 1926. Doutorado em antropologia em 1956, na Harvard University. Docente no Massachusetts Institute of Technology (1952-58), fellow del Center for Advanced Study in the Behavioral Sciences de Stanford-California (1958-1960),
professor da Universidade de Chicago (1960-70). Desde l970 que ensina ciências sociais no Institute for Advanced Study de Princeton. Autor de vários estudos etnológicos sobre Java, Bali, Sumatra e Marrocos.
Critica a concepção weberiana de Estado, a perspectiva que o concebe como o monopólio da violência legítima, dado que esta lança a dimensão simbólica da política para mero aspecto lateral. Salienta que a política é sempre um trabalho simbólico, onde são fundamentais as teatralizações, as cerimónias
e os rituais. Considera que a nossa concepção política oculta aquilo que em Bali se exibia nos cerimoniais. Porque no centro político de qualquer sociedade organizada de forma complexa, há, sucessivamente, uma elite governamental e um conjunto de formas simbólicas que exprimem o facto de ser aquela
que na verdade governa. São estas - as coroas e as investiduras, as "limousines" e as conferências - que marcam o centro. Salienta que a política é a arena onde se manifestam de forma mais clara a estruturas da cultura, entendendo por esta o conjunto das estruturas de significação pelas quais os
homens dão uma forma à sua experiência. Analisando a sociedade indonésia dos anos sessenta, salienta que a diferenciação dos papéis sociais reforça a rigidez de certos aspectos do sistema social
1956
The Social Context of Economic Change: an Indonesian Case Study
Cambridge, Center for International Studies, Massachusetts Institute of Technology, 1956
1956
The Development of the Javanese Economy: A Socio-cultural Approach,
Cambridge, Center for International Studies, Massachusetts Institute of Technology, 1956
1960
The Religion of Java, Glencoe, Ill., Free Press,1960
1963
Peddlers and Princes
Chicago, The University of Chicago Press, 1963. Análise dos príncipes de Bali. L’État à Bali, trad. fr., Paris, Éditions Gallimard, 1980).
1963
Agricultural Involution
Berkeley, University of California Press, 1963. Análise da sociedade indonésia actual.
1963
Old Societies and New States
Chicago, The University of Chicago Press, 1963 (ed.).
1963
Agricultural Involution, the Processes of Ecological Change in Indonesia, Berkeley, 1963
1966
Person, Time and Conduct in Bali. An Essay in Cultural Analysis, Yale, 1966;
1968
Islam Observed: Religious Development in Morocco and Indonesia, New Haven, Yale University Press, 1968
1973
The Interpretation of Cultures, Selected Essays, New York, Basic Books, 1973
1974
Myth, Symbol, and Culture, Essays by Clifford Geertz and others, New York, Norton, 1974
1975
The Social History of an Indonesian Town
Westport, Conn., Greenwood Press, 1975
1980
Negara. The Theatre State in Nineteenth Century Bali
Princeton University Press
1983
Local Knowledge: Further Essays in Interpretive Anthropology
Basic Books, New York
Savoir Local, Savoir Global trad. fr., Paris, PUF, 1986 (estudo do carisma, com análises de Isabel I, do sultão de Marrocos e dos presidentes norte-americanos).
1988
Works and Lives: The Antropologist as Author
Stanford
1993
The Strange Estrangement: Charles Taylor and the Natural Sciences, in The Philosophy of Charles Taylor: Critical Prospective
Cambridge
Einleitung in die Geisteswissenschaften, 1883-1911 Wilhelm Dilthey que teorizou tanto a noção de explicação,de carácter causal, própria das ciências físicas e biológicas(naturwissenschaften),como a de compreensão (verstehen), respeitante às realidades culturais,opondo‑se,deste modo , ao método
positivista de Durkheim, que pretendia,como vimos,tratar os factos sociais como coisas. Dilthey,marcado por Hegel,considerava a vida humana como uma realidade unitária,como unidade primária,uma unidade do devir,e não uma simples entidade composta por vários elementos. As ciências do espírito (geisterwissenschaften),
seriam, assim,anteriores às ciências da natureza.Os factos do espírito,que não são dados,como os factos naturais,só poderiam ser apreendidos através de uma espécie de autognose (erlebnis).Compreender seria referir cada membro ao todo,seria descobrir as conexões de sentido (sinnzuzammenhangu),
compreender as estruturas por meio da referência ao sentido. Compreender é cum mais alguma coisa.É apanhar em conjunto uma coisa com outras,é intuição não sensível,pelo que só é possível "compreender" objectos portadores de uma certa significação,de um conteúdo de sentido (v.g. compreende‑se uma
obra de arte,mas não uma demonstração matemática que apenas pode perceber‑se). Dilthey adopta a hermenêutica como a teoria do conhecimento das ciências do espírito,assente em tês princípios básicos.Primeiro,que o conhecimento histórico é reflexão sobre si mesmo;segundo,que compreender não é
explicar,nem simples função racional,dado que se cumpre com todas as forças emotivas da alma;terceiro,que a compreensão é um momento da vida,para a vida. A vida humana tem de ser considerada teleologicamente, como realidade unitária, como unidade de devir e não como soma ou agregado de parcelas.
Entidade que possa decompor-se pela análise e, depois, recompor-se pela síntese, como se as respectivas parcelas fossem átomos fungíveis e passíveis de seriação. Nestes termos, podemos também dizer que os factos sobre os quais versam as ciências humanas e sociais, aquelas que o mesmo Dilthey
designava como as ciências do espírito, não tratam de dados, entendidos como os factos naturais, mas antes como algo que só pode apreendido através da chamada Erlebnis ou autognose, a compreensão da estrutura, através de uma referência ao respectivo sentido. Aliás, só é possível compreender objectos
portadores de uma certa significação, isto é, objectos que incorporem valores. Neste sentido, se é possível compreender-se uma obra de arte, já não pode compreender-se uma equação da matemática. Compreender, como salientava Dilthey, não é descobrir uma lei geral a partir de uma série incompleta de
casos, mas uma estrutura, um sistema ordenador que reúne os casos, como partes de um todo. Daí que, para compreendermos qualquer coisa, tenhamos de usar todas as forças emotivas da alma, porque a natureza explica-se, a cultura compreende-se. É que as coisas do espírito são, simultaneamente, reais e
ideais, são objectos que incorporam valores, pelo que, na senda de Wilhelm Dilthey, as temos de compreender, descobrindo conexões de sentido entre cada parcela e o todo da vida humana, perspectivado como uma unidade de devir. "A relatividade de todos os conceitos humanos é a última palavra da visão
histórica do mundo" (cfr. trad. cast. de Eugénio Imaz, Introducción a las Ciencias del Espirito, México, Fondo de Cultura Economica, 1944).
Gelásio I Papa de 492 a 496. Autor da teoria das duas espadas. Numa carta dirigida ao imperador Anastásio I, distingue a auctoritas sacra pontificum, procedente directamente de Cristo, e a regalis potestate, o poder real confinado à gestão dos assuntos temporais: os príncipes cristãos devem
recorrer ao sacerdócio em tudo o que diga respeito à sua salvação. Por seu lado, os padres devem atender a tudo o que foi estabelecido pelos príncipes no tocante aos acontecimentos do domínio temporal, de modo que o soldado de Deus não se imiscua nas coisas deste mundo e que o soberano temporal não
faça ouvir a sua palavra nas questões religiosas.
Gellner, Ernest (1925-1995) Nasce em Paris. Educado em Praga e na Grã-Bretanha. Doutorado em antropologia social pela Universidade de Londres. Professor em Edimburgo, Londres, Oxford e Harvard. Torna-se a partir dos anos oitenta um dos maîtres penseurs da teria do nacionalismo, principalmente depois
da queda do Muro de Berlim em 1989.
·Words and Things
Harmondsworth, Penguin Books, 1959.
·Thought and Change
Weidenfeld & Nicholson, 1964.
·Cause and Meaning in the Social Sciences
Londres, Routledge & Kegan Paul, 1973.
·Contemporary Thought and Politics
Londres, Routledge & Kegan Paul, 1974.
·Nations and Nationalism
Oxford, Basil Blackwell Publishers, 1983 [trad. port. Nações e Nacionalismo, Lisboa, Edições Gradiva, 1993].
·Culture, Identity and Politics
Cambridge, Cambridge University Press, 1987.
·Plough, Sword and Book. Structure of Human History
Chicago, The University of Chicago Press, 1988.
·Conditions of Liberty. Civil Society and Its Rivals
Londres, Hamish Hamilton, 1994. Ver a trad. Port. Condições da Liberdade, Lisboa, Gradiva, 1995.
·Encounters with Nationalism
Oxford, Basil Blackwell Publishers, 1994.
·Anthropology and Politics. Revolutions in Sacred Grove
Oxford, Basil Blackwell Publishers, 1995.
Gemeinschaft und Gesellschaft, 1887 Reagindo contra a concepção mecanicista de sociedade, então predominante, Ferdinand Tönnies vai fazer corresponder, ao conceito de sociedade, a vontade reflectida nascida do arbítrio dos respectivos membros, enquanto o de comunidade teria a ver com uma vontade que
ele reputa como essencial ou orgânica. A comunidade, voltando a Tönnies, seria, pois, um tipo especial de associação que teria a ver com os imperativos profundos do próprio ser. Diria respeito mais à vontade de ser do que à vontade de escolher. Entre as comunidades, destaca a família ‑ a comunidade
de sangue‑, a aldeia ‑a comunidade de vizinhança‑ e a cidade ‑ a comunidade de colaboração‑, englobando tanto as comunidades de espírito como as comunidades de lugar. Entre as sociedades coloca as empresas, industriais e comerciais, bem como outros grupos constituídos por relaçöes baseadas em
interesses. Destaca das formas societárias, a cidade comercial, marcada pelo contrato de negócios, a cidade capital, marcada pelo Estado-nação, e a cidade cosmopolita, marcada pela opinião pública. O Estado, por exemplo, seria uma simples sociedade, donde estaria ausente qualquer espécie de vontade
essencial. Porque enquanto a sociedade é um grupo a que se adere, já a comunidade é um grupo que os homens encontram constituído quando nascem. Se as comunidades, marcadas pelo passado, têm uma vontade orgânica que se manifesta na afectividade, no hábito e na memória, através de uma totalidade
afectiva, já a sociedade está voltada para o futuro, produto de uma vontade reflectida, do intelecto tendo em vista atingir um fim desejado. Enquanto os laços comunitários seriam laços de cultura, já os laços societários seriam laços de civilização.
Genebra (em francês Genève, em alemão Genf). Foi uma república livre de 1530 a 1798. Fez parte do império de Carlos Magno e, depois, da Lotaríngia; dividida entre os condes de Genebra e os bispos; passou a depender da Casa de Sabóis no século XV; em 1401, os Condes de Sabóia compraram o condado de
Genebra; em 1444, um membro da casa de Sabóia, foi feito papa, Felix V e fez-se a si mesmo bispo de Genebra; em 1519 e 1526, Genebra tenta ligar-se à Confederação; a casa de Sabóia apenas reconhece a independência de Genebra em 1530; a reforma foi introduzida dois anos depois e o bispo é afastado em
1533; em 1536 a reforma é adoptada pelo conselho geral e Calvino instala-se na cidade tentando instaurar uma república teocrática, consolidada apenas em 1541; o modelo aristocrático manteve-se até Dezembro de 1792; em 1798 foi anexada à França; a autonomia foi restablecida em 1814; só nesse ano
entram na Confederação Helvética
Genebra, Encontros Internacionais Em 1946, o Espírito Europeu; 1947, Progresso Técnico e Progresso Moral; 1948, Debate sobre a Arte Contemporânea; 1949, Para um Novo Humanismo; 1950, os Direitos do Espírito e as Exigências Sociais; 1951, O Conhecimento do Homem no Século XX; 1952, O Homem Perante a
Ciência; 1953, A Angústia do Tempo Presente e os Deveres do Espírito; 1954, O Novo Mundo e a Europa; 1955, Está a Cultura em perigo?; 1956, Tradição e Inovação; 1957, A Europa e o Mundo de Hoje; 1958, O Homem e o Átomo; 1959, O Trabalho e o Homem; 1960, a Fome; 1961, As Condições da Felicidade;
1962, A Vida e o tempo; 1963, Diálogo ou Violência?; 1964, Como Viver Amanhã?; 1965, O "Robot", o Animal e o Homem
Generalstaaten,80,532
Génios invisíveis da cidade Ferrero equipara a legitimidade aos génios invisíveis da cidade, a certas forças que actuam no interior das sociedades e que as impedem de se cristalizar numa forma definitiva, forças que nascem, crescem e morrem, forças que se assemelham aos seres vivos, mas que não são
visíveis nem tangíveis, equivalentes aos genii dos romanos, esses seres intermediários entre a divindade e os homens
Genocídio Termo cunhado por R. Lemkin em Axis Rule in Occupied Europe, Washington, 1944, para designar a destruição em massa de um grupo étnico. Designa aquilo que os judeus qualificaram como holocausto e que os nazis alcunharam como solução final. Segundo a Resolução da Assembleia Geral da ONU de
11 de Dezembro de 1946, foi definido como a recusa do direito à existência de inteiros grupos humanos, e declarado como um delito do direito dos povos. Na Convenção aprovada pela mesma entidade em 9 de Dezembro de 1948, desenvolve-se a definição, abrangendo-se vários actos cometidos com a intenção
de destruir no todo ou em parte um grupo nacional, étnica, racial ou religioso.
Genos Instituição grega, constituída pela associação de várias famílias que se julgam descendentes de um antepassado comum, ou que adoram a mesma divindade. É dirigida por um chefe, o rei, detentor da palavra divina, e tem um código de justiça familiar, a themis. Segundo Aristóteles, a polis teve
remotas origens na genos que continua a subsistir ao lado da polis. Define aquela como a reunião de elementos submetidos ao regime monárquico, acrescentando que o rei está para a família extensa como o pai para a família, dado que, em ambos os casos, o elemento de ligação é o parentesco entre os
seus membros. Acrescenta, no entanto, que, na origem, as poleis eram governadas por reis.
Génova Conquistou a Córsega e a Sardenha a Pisa em 1282; pela mesma altura, aliou-se aos bizantinos contra Veneza, obtendo numerosos estabelecimentos no Levante que lhe permitiram quase monopolizar o comércio com russos e mongóis; depois de um conflito armado com Veneza nos finais do século XIV,
entra em decadência; em 1407, as diversas companhias privadas genovesas unificam-se na Casa San Giorgio; perde as respectivas posições no Levante depois da queda de Constantinopla; alia-se à França em 1513, foi ocupada pelos Habsburgos em 1522; em 1527, volta a aliar-se aos franceses, mas, no ano
seguinte, prefere submeter-se a Carlos V, mantendo-se com os Habsburgos de Espanha
Gens Instituição romana. O conjunto de famílias que se encontram ligadas e submetidas politicamente a uma autoridade comum, o pater gentis. Usam um nome comum por se julgarem descendentes de um antepassado comum. Dá origem à expressão gentílico, aquilo que provém de uma mesma raiz, aquilo que tem a
mesma origem. É equivalente ao genos grego e ao conceito de natio de Santo Isidoro de Sevilha, cujo entendimento permanece até ao século XIX.
Gentile, Giovanni (1875-1944) Filósofo italiano. Nasce na Sicília. Professor em Palermo, Pisa e Roma. Ministro fascista da educação de 1922 a 1924. Presidente da Enciclopédia Italiana em 1929. Preside, de 1925 a 1929, ao Instituto Fascista de Cultura. Adere em 1943 à República de Saló. Assassinado
na sua casa de Florença em 15 de Abril de 1944. Semeia hegelianismo por todos os quadrantes ideológicos, desde a nova esquerda hegeliana de Ugo Spirito, ao neo‑marxismo de Gramsci, sem esquecer a multifacetada caminhada de Croce, sucessivamente marxista, fascista e liberal
Idealismo absoluto
Assume o chamado idealismo absoluto, considerando que o próprio Hegel quando tratou do Estado não foi suficientemente hegeliano. Porque não adoptou o conceito do verdadeiro método idealístico que é o da "imanência", pelo qual "o Estado no seu valor e na sua realidade espiritual não é o que se vê e
se chama Estado no mundo da experiência que se diz ser a realidade histórica". Com efeito, Hegel teria adoptado uma posição "empírica e não especulativa", dado ter-se colocado como "simples espectador que permanece fora do espectáculo".
Coincidência entre Estado e indivíduo
Para Gentile "Estado e indivíduo coincidem,o sujeito nunca pode conceber-se de uma forma tão subjectiva que não contenha o objecto".O Estado é "o Eu,o homem que é pessoa enquanto autoconsciência,livre e todavia ética".E "a liberdade real,a verdadeira liberdade" é "conjuntamente a liberdade do
indivíduo e do Estado"."O Estado, na sua eticidade essencial não é qualquer coisa de superior e externo que o indivíduo deva conquistar,pois que ele já a tem originariamente em si.Assim,na esfera da realidade humana,não existe acto económico que não seja ético,e, portanto, político;não há sociedade
civil que também não seja Estado"
Identidade entre teoria e práxis
Há uma identidade total entre teoria e praxis, porque ser é agir, não sendo possível conceber uma filosofia especulativa distinta da filosofia da praxis. Assim, o único dever do homem é o de pensar e só depois agir, mas através de um pensar-agir, dito actualista, onde não pode haver qualquer regra
exterior. Nestes termos, Gentile, através do chamado método da autoctise, do pensar concreto ou acto puro, tudo reconduz ao acto de espírito, à actividade do sujeito transcendental, com seis configurações diferentes: arte, religião, direito, moralidade , ciência e filosofia.
O Estado existe no interior do homem
Se a política é absorvida pela moralidade e pelo direito, o Estado passa a ser algo que não existe entre os homens, mas sim no interior do próprio homem: o sócio é o objecto do nosso sujeito, que por ser nosso deixa de ser coisa e torna-se um outro;e é propriamente o outro, ou seja, o nosso outro
que, como tal é o nosso sócio, que participa em nós, connosco, naquela sociedade que é inerente ao eu transcendental. Nesta sequência, observa que o Estado puramente material e exterior é evidentemente uma abstracção que em cada uma das mais rudimentares formas de vida social deve ser ultrapassada,
pois que o Estado na sua eticidade essencial não é qualquer coisa de superior e externo que o individuo deva conquistar, pois que ele já a tem originariamente em si. Assim, na efectiva realidade humana, não existe acto económico que não seja ético e, portanto, político. Também o indivíduo humano não
é átomo. Imanente ao conceito de indivíduo está o conceito de sociedade. Porque não existe Eu em que se realize o indivíduo que não tenha, não consigo, mas em si mesmo, um “alter”, que é o seu “socius” essencial, ou seja, um objecto que não é um simples objecto (coisa), oposto ao sujeito, mas que é
um simples objecto (coisa) oposto ao sujeito, como ele. Esta negação da pura objectividade do objecto coincide com a ultrapassagem da pura subjectividade do sujeito; enquanto puro sujeito e puro objecto, no seu imediatismo, temos dois abstractos, e a sua concretização está na síntese, no acto de
constitutivo do Eu.
·Rosmini e Gioberti, 1898
·La Filosofia di Marx
Pisa, 1899.
·Dal Genovesi al Galluppi, 1903
·Il modernismo e i rapporti tra religione e filosofia, 1909
·Sistema di pedagogia come scienza filosofica 1912
·L'atto del pensare come atto puro (1912)
·I problemi della scolastica e il pensiero italiano, 1913
·La riforma della dialettica hegeliana (1913)
·Studi vichiani, 1914
·I Fondamenti della Filosofia del Diritto
1916.
·Teoria Generale dello Spirito come Atto Puro
1916.
·Sistema di logica come teoria del conoscere (2 voll., 1917-1922)
·Le origini della filosofia contemporanea in Italia, 3 voll., 1917-1923
·Il tramonto della cultura siciliana, 1918
·Gino Capponi e la cultura toscana del secolo XIX, 1922
·I profeti del Risorgimento italiano: Mazzini e Gioberti, 1923
·Studi sul Rinascimento, 1923
·Giordano Bruno e il pensiero del Risorgimento, 1925
·Origini i Dottrina del Fascismo
1927.
·Fascismo e Cultura
Milão, 1928.
·La filosofia dell'arte (1931)
·Genesi e Struttura della Società
1946
Gentili, Alberico (1552-1608) Italiano exilado em Oxford desde 1580.
Gentleman Membro da chamada gentry, a classe dos pequenos senhores da terra e dos proprietários urbanos que se distinguiam da alta aristocracia dos barões. Aliou-se ao rei que os colocou nos cargos da administração local, que exercia gratuitamente, evitando o processo de burocratização que afectou
os outros Estados continentais. A expressão passou a designar depois tanto o proprietário de terras como o diplomado num college, sendo aplicada nas colónias, nomeadamente nas norte-americanasÖEstablishment
Gény, François Funda a chamada escola da livre investigação cientifica do direito. Para esta, o direito não se reduz à lei e as exigências normativas da vida social estão sempre além das possibilidades do sistema legal. Assim, defende que tem de se investigar livremente para além dos preceitos
autoritários do legislador, defendendo, deste modo, a liberdade da ciência e não da mera subjectividade e proclamando que um direito livremente investigado é um direito cientificamente procurado. Chega mesmo a dizer-se, neste desenvolvimento, que o fundamento das soluções jurídicas está na natureza
das coisas. Que, por exemplo, no direito privado, haveria três princípios fundamentais: princípio da autonomia da vontade; principio da ordem pública ou do interesse superior; princípio do equilíbrio dos interesses privados em concorrência.
·Méthode d'Interpretation et Sources en Droit Privé Positif
1899.
·Science et Téchnique en Droit Privé Positif.
1922, 2ª ed..
·Méthode d'Interpretation et Sources en Droit Privé Positif
1899.
·Le Conflit du Droit Naturel et de la Loi Positive
1930.
Geography and Politics in a Divided World, 1964 Saul Bernard Cohen opõe o chamado Mundo Marítimo Dependente do Comércio (Trade Dependent Maritime World) constituído pela América e Caribe, Europa Marítima e Magrebe, Ásia Insular e Oceânia, bem como pela América do Sul , ao mundo continental
euro-asiático (Eurasian Continental Power) constituído pela Heartland russa e Europa do Leste e pelo Leste Asiático Continental , com choques frontais nas chamadas zonas de fractura (Shatterbelts) do Médio Oriente, do Sudeste Asiático e da África ao Sul do Saará. Refere também a existência de
regiões politicamente independentes (Independent Geopolitical Region), como a Índia e as áreas ribeirinhas do PacíficoäCohen.
Geometria Hobbes considerava a geometria como "a única ciência que Deus houve por bem até hoje conceder à humanidade". Assim se gerou o Estado Moderno, um Estado entendido como um espaço de razão, dotado de uma geometria, que é o território, de uma aritmética, que é a população, e de uma série de
combinações entre ambos esses termos, sempre potenciadas pelo poder político ou principado. Assim se fronteirizaram os Estados entre si, representando-se cartografiicamete e estabelecendo linhas para se separarem. Por isso se compreendem as posições de Burke, segundo as quais "nada há mais enganador
na política do que uma demonstração geométrica", coisa que "os construtores franceses", como ele qualifica os revolucionários, pretenderam fazer à nação, subdividindo‑a em três bases distintas: a geométrica (pelo território), a aritmética (pela população) e a financeira (pela contribuição)". É que
"a linha moral não tem nada em comum com a linha ideal das matemáticas. A linha moral tem não só comprimento, mas também largura e profundidade; admite excepções; exige modificações. Estas excepções, estas modificações não poderão estabelecer‑se por simples operações lógicas, mas por regras da
prudência. A prudência não é somente a primeira das virtudes políticas, mas é ela que regula, que dirige e que é, por assim dizer, a pedra de toque de todas as outras".
Geórgia 69 700 km2. 5 400 000 habitantes. Quanto à Transcaucásia, importa assinalar que na sequência da Revolução de Outubro de 1917, foi constituído em Tblissi, em 15/28 de Novembro um comissariado transcaucásico, cuja legitimidade provinha de uma assembleia transcaucásica que reunia os delegados
eleitos para a Assembleia Constituinte de Petrogrado. Na sequência do Tratado de Brest Litovsk de 2 de Março de 1918, a Rússia soviética foi obrigada a ceder à Turquia as províncias de Batum, Kars e Ardahan, com protestos veementes de georgianos e arménios. Assim, em 22 de Abril seguinte, a mesma
assembleia proclamava uma República Federal Transcaucásica independente. Apenas em Baku se manteve um governo soviético regular. Mas, logo em 26 de Maio, a república era dissolvida, sendo imediatamente constituída uma República da Geórgia a que se seguiu, dois dias depois, a da Arménia e a do
Azerbaijão. Algumas semanas depois, a Turquia invadia a maior parte da Arménia e do Azerbaijão. Se a primeira até formalmente deixou de existir, já no Azerbaijão, os turcos instituíram um governo fantoche. Sorte diversa teve a Geórgia que se acolheu sob protecção alemã, tendo sido assinado um
tratado com a nova república em 28 de Maio, reconhecendo Tblissi as fronteiras provenientes de Brest Litovsk. A partir de Novembro de 1918, com a derrota dos Impérios Centrais, os britânicos sucederam a turcos e alemães no controlo da região, ressurgindo os governos nacionais do Azerbaijão e da
Arménia. Contudo, nesta região, os exércitos de Koltchak e Denikine obtiveram um certo apoio, factores que levaram os russos soviéticos a aguardar a retirada dos britânicos em finais de 1919, para lhes sucederem. A Norte do Cáucaso, na região de Terek, proclamara-se uma República Soviética
Socialista Popular logo em Janeiro de 1918, até ser conquistada pelos russos antibolcheviques de Denikine, em Maio de 1919. No início de 1920, os bolchevistas, depois de assinarem um acordo com a Turquia, conquistaram sucessivamente as três repúblicas: o Azerbaijão, em Maio de 1920, a Arménia, em
Dezembro de 1920, e a Geórgia, em Abril de 1921. A Geórgia, Grúzia por transliteração do russo ou Sakartvelos Respublica em georgiano, com 5 456 000 habitantes, dos quais 7% são arménios e 6,2% russos (há 3 790 000 georgianos ou kartvelebi, como eles próprios se designam). Tem fronteiras com a
Turquia, a Arménia, o Azerbaijão e a Rússia e integra as repúblicas da Abkházia (8 600 km2 e 538 000 habitantes, com 43,9% de georgianos) e da Adjária (3000 km2 e 382 000 habitantes, com 80,1% de georgianos), bem como a região autónoma da Ossétia do Sul (39 00 km2 e 99 000 habitantes, com 28,8% de
georgianos). Os georgianos são cristãos desde o século IV, quando foram convertidos, a partir de 330, por S. Nino, possuindo alfabeto próprio desde o século V. Depois da queda de Roma, que havia anexado a Geórgia desde 63 a.C., com Pompeu, o território sofreu a dupla influência de Bizâncio e dos
persas. No século VII passa a ser ocupado pelos árabes, mas uma monarquia georgiana é restaurada por Bagrat II (980-1014). A partir de então, o rei David (1089-1125) e a rainha Tamar (1184-1213) derrotam os turcos e aliam-se aos czares, mas o território vai ser objecto da ocupação mongol, a partir
de 1236. Só no século XVIII, com Erekle II (1744-1798), a Geórgia retoma a independência que recebe protecção russa a partir de 1783, com Catarina II. Entretanto, em 16 de Fevereiro de 1801, Alexandre I integrou a Geórgia no Império Russo. Ao longo do século XIX vão, contudo, surgindo várias
revoltas contra o processo de russificação, principalmente em 1880. Em 1893 chegou mesmo a ser instituído um partido social-democrata de tendências nacionalistas que teve Estaline como um dos mais activos militantes. Sob protecção alemã, a Geórgia tornou-se independente em 26 de Maio de 1918. Em
Fevereiro de 1921 foi invadida pelos soviéticos russos, sendo, a partir de então, integrada na República Socialista Soviética da Transcaucásia, donde apenas se destacou em 1936. A Geórgia proclamou a restauração da respectiva independência em 9 de Abril de 1991, depois de um referendo realizado em
31 de Março. Era, então liderada por Zviad Gamasakhurdia, vencedor das eleições de Outubro de 1990, realizadas num ambiente de exaltação patriótica, subsequente à brutal repressão de uma manifestação ocorrida em Tíblis em 9 de Abril de 1989. Em 10 de Março de 1992, depois de uma sucessão de
confrontos internos e de um completo isolamento internacional, sobe ao poder, no novo Estado, o antigo chefe da diplomacia de Gorbatchov, Edward Chevarnadze, antigo primeiro secretário dos comunistas georgianos entre 1972 e 1985. A questão da Ossétia do Sul constitui um dos principais espinhos das
relações entre a Geórgia e a Rússia. Com efeito, a Geórgia integra 165 000 ossetas, enquanto na Ossétia do Sul há apenas, para uma população total de 99 000 habitantes, 65 195 osSetas, vizinhos da República Autónoma da Ossétia do Norte, integrada na Federação da Rússia, onde vivem 350 000 osSetas.
Em Dezembro de 1991 foi proclamada a República Independente da Ossétia do Sul.
Geopolítica Movimento doutrinário estruturado pelo sueco Kjellen e pelo alemão Haushofer, autor do conceito de espaço vital (Lebensraum) que se estrutura como ciência, considerando a localização geográfica como o factor determinante da política. Os Estados são concebidos como indivíduos geográficos
e as nações como organismos em luta pela vida.
Ver Haushofer, Kjellen, Almeida (Políbio Valente de)
Geopolítica do Brasil, 1967 Obra-modelo das doutrinas do Estado de Segurança nacional, da autoria de Golbery do Couto e Silva, professor da Escola Superior de Guerra, onde se defende um destino manifesto do Brasil face ao Atlântico Sul. Em nome da geopolítica tenta-se uma espécie de síntese entre o
organicismo de Herder, o idealismo de Hegel, o estatismo de Fichte e o nacionalismo económico de Fichte. Considera-se que os objectivos nacionais do Brasil são integração nacional, autodeterminação, ou soberania, bem-estar, progresso, os quais se integram naquilo que qualifica como essência do
Ocidente: a tríade ciência, cristianismo, democracia. Define-se a estratégia nacional, como a arte de preparar e aplicar o poder nacional para se obterem ou manterem os objectivos fixados pela política nacional (Rio de Janeiro, José Olympio, 1967).
Geraldes, João José Vaz Preto (m. 1843) Bacharel em direito, agricultor. Um dos pares do reino nomeados pela fornada de 3 de Maio de 1842. Passa, depois, para a oposição a Costa Cabral.
Geraldes, Manuel Vaz Preto (1828-1902) Um dos paradigmáticos caciques do constitucionalismo monárquico. Sucessivamente regenerador e constituinte. Depois de fazer vários deputados, dos quais se destaca João Franco, constitui a coluna de sustentação dos constituintes de José Dias Ferreira.
·Começa como influente regenerador no distrito de Castelo Branco.
·A partir de Novembro de 1878, opondo-se à política do ministro das obras públicas Lourenço António de Carvalho, passa para a oposição.
·Torna-se dissidente dos regeneradores com Pinheiro Chagas, Sousa Lobo e o Conde da Graciosa, criando um movimento dito Mais regeneradores que os próprios regeneradores.
·Passa para os constituintes de Dias Ferreira,. Ataca o governo em 25 de Fevereiro de 1880 e tem um duelo com Emídio Navarro.
Gerber, H. (1823-1891) Jurista alemão do período bismarckiano, da escola da jurisprudência dos conceitos. Considera que todo o direito público é um direito do Estado, um direito público positivo. Na sequência de Albrecht e numa posição próxima à de Laband, salienta que o Estado é uma pessoa jurídica
titular de direitos subjectivos. Abandona a teoria patrimonialista anterior e refere que o Estado é o titular originário e único da soberania, não se confundindo com os governantes nem com a nação, dado ser um sujeito jurídico autónomo que dispõe de direitos que lhe pertencem.
·Gruntzüge des feutschen Staatsrecht, 1865.
Gerbet, Pierre
·La Naissance du Marché Commun
Bruxelas, Éditions Complèxe, 1987.
·La Construction de l’Europe
Paris, Imprimerie Nationale, 1983.
Gestão de crises Para Stéphane Rials, "de uma maneira estrutural, o Estado é intrínsecamente crise ... a característica do Estado que aparece e se desenvolve ao mesmo tempo que a consciência histórica, é a de gerir as crises de modo dinâmico"
Geografia e Política Elen C. Semple, da escola do determinismo geográfico, considera, em 1911, que man is the product of the earth's surface: um filho da terra, pó do seu pó, mas que a terra concebeu, alimentou, impôs tarefas, dirigiu pensamentos, criou dificuldades que lhe robusteceram o corpo e
lhe aguçaram o engenho, lhe suscitou problemas de navegação e de rega e, ao mesmo tempo, lhe murmurou sugestões para os resolver.
äClimas e Política; Montesquieu; Ratzel; Taine;
Geographical Environment
äSemple
Germani, Gino
·Política y Sociedade en una Epoca de Transición. De la Sociedad Tradicional a la Sociedad de Masas
trad. cast., Buenos Aires, Ediciones Paidós, 1962.
·Sociologia della Modernizzazione
Bari, Edizioni Laterza, 1971.
·Fascismo, Autoritarismo e Classi Social
Bolonha Edizioni Il Mulino, 1975.
·Authoritarianism, Fascism and National Populism
New Brunswick, Transaction Books, 1978.
Germino, Dante Professor na Universidade de Virginia.
·Beyond Ideology. The Revival of Political Theory
Nova York, Harper & Row, 1967.
·«The Contemporary Relevance of the Classics of Political Philosophy»
In Grenstein, Fred I., Polsby, Nelson W., eds.,
·International Politics. Handbook of Political Science
vol. I, pp. 229-281, Reading, Massachussetts, Addison-Wesley, 1975.
·Political Philosophy and the Open Society
Baton Rouge, Louisiana State University Press, 1982.
Gerontocracia Do grego geron, o mais velho. O mesmo que governo dos mais velhos, dos senatores. De acordo com a perspectiva weberiana, é uma forma de tradicionalismo, sem qualquer espécie de direcção administrativa. Baseia-se na crença de que os mais velhos conhecem melhor a tradição sagrada.
Gerson, Jean (1363-1429) Jean le Charlier de Gerson. Teólogo francês, adere ao nominalismo. Defende o conciliarismo. Professor na Universidade de Paris. Participa no concílio de Constança (1414-1418).
·De potestate eclesiastica et origine juris
1417.
Der geschlossene Handelsstaat, 1800 Fichte considera que o Estado deve bastar-se a si mesmo, não podendo ser um simples Estado jurídico, mera entidade que tutela as liberdades individuais. Tem também de ser um Estado Económico e um Estado Ético. Um Estado que deve promover a cultura e aperfeiçoar a
vida moral. Um Estado que deve ser um Estado comercial fechado, uma entidade fechada sobre si mesma, tanto no plano jurídico como no plano económico. Neste sentido, defende um modelo intervencionista, chegando ao cúmulo de propor que se proíbam os particulares de ter actividades económicas no
domínio do comércio externo.
Gestalt Teoria segundo a qual o espírito abarca em primeiro lugar os conjuntos e não os elementos parcelares do mesmo.
Gestapo Geheime Staatspolizei. Uma das secções da polícia de segurança do III Reich.
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