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Lista de artigos

Artigos em grosso

Spaak, Paul-Henri  (

Spann, Othmar

Spartakus

Speculum Regum

Spencer, Herbert

Spengler, Oswald (1880-1936)

Spenlé, J. E.

Sperber, Manes

Spinelli, Altiero

Spinelli, Relatório 1984

Spínola, António

Spirit of Democratic Capitalism, 1982

Spirito, Ugo

Spoil System

Spoudaios

Spragens Jr., Thomas A.

Spruyt, Hendrik

Spykman

Sraffa, P.

SS

 
Spaak, Paul-Henri (1899-1972) Socialista belga; membro do governo belga no exílio durante a ocupação nazi; foi o primeiro presidente da Assembleia Geral da ONU; ministro dos estrangeiros e chefe de governo belga de 1946 a 1949; presidente da Assembleia consultiva do Conselho da Europa e 1949 a 1951, demitindo-se face à recusa britânica relativamente ao plano Schuman; presidente da Assembleia Parlamentar da CECA de 1952 a 1954; designado pela Conferência de Messina como presidente da comissão de peritos destinada a elaborar o projecto dos tratados CEE e CEEA; secretário-geral da NATO de 1957 a 1961; ministro dos estrangeiros belga de 1961 a 1966, combatendo a política gaullista; defene a adesão britânica; retira-se da vida política em 1972, sem cumprir o sonho de ser o primeiro presidente dos Estados Unidos da Europa Spaak, Paul-Henri,
·Combats Inachevés. De l’Espoir aux Décéptions
Paris, Librairie Arthème Fayard, 1969.
 
 
Spann, Othmar Contra o liberalismo individualista, defende um universalismo orgânico, onde a realidade é o todo, a sociedade, o município e a família, e que este todo, em termos de lógica pura, é anterior às partes, aos indivíduos. Só as partes têm, contudo, existência objectiva, embora só se realizem quando se integram no todo. Um dos inspiradores do corporativismo. Foi militante dos jovens conservadores alemães nos anos vinte.
·Total und lebendige Wissenschaft
Jena, 1929.
·Fundamnet der Volkswirtschaftslehre
Jena, 1929
·Die Krisis der
olkswirtschaftslehre, Munique, Duncker & Humblot, 1930
·Religionsphilosophie
Viena, 1948.
 
Spartakus. Grupo comunista alemão, inspirado por Rosa Luxemburg e Karl Liebknecht. Destaca-se do SPD em Janeiro de 1916. Liga-se em Abril de 1917 ao Partido Socialista Independente, donde saem em 1918 por não aceitarem colaborar com o governo no esforço de guerra. Formam o Partido Comunista da Alemanha (KPD) no Congresso ocorrido de 29 de Dezembro de 1918 a 1 de Janeiro de 1919. Voltam a juntar-se ao Partido Socialista Independente no Congresso de Halle de 1920, surgindo o Partido Comunista Unificado. Este partido, a partir de 1925 é sujeito a uma operação de estalinização, através da liderança de Ernst Thalmann. Nas eleições de 1932 obtêm 13% e nas de 1933, 12%. Em 1945, em 21 e 22 de Abril, na zona alemã sob ocupação soviética, juntam-se ao SPD, formando p SED (Sozialistische Einheitspartei Deutschlands).
 
Speculum Regum Uma espécie de manual do bom governo da autoria de Álvaro Pais. Considera que o poder político vem de Deus, indicando três formas como rectamente chega uma pessoa ao governo. A primeira "quando é posta à frente das outras por geral e comum consenso da multidão (communi consensu multitudinis)"; a segunda, "por especial mandato do próprio Deus, como sucedeu no povo israelítico"; a terceira "por instituição daqueles que fazem as vezes de Deus". Alvaro Pais observa, contudo, que, "algumas vezes, alguém alcança indevidamente o poder e, no entanto, se torna, depois, bom e verdadeiro governante ou por consenso dos súbditos (per consensum subditorum) ou por autoridade do superior". Entre "as condições que fazem o reino temporal e espiritualmente bom", coloca, em primeiro lugar, "que seja rectamente instituído, o que se verifica quando o senhorio do reino não é assumido nem pela violência, nem pela fraude, nem por amor ilegítimo ou qualquer outro meio indevido". O reino também deve ser "ordenado" e "unido pela concórdia", pois que "a multidão sem ordem é confusão. Ora a ordem do reino consiste nisto:que nele haja diversos graus de homens, diversos estados, diversos ofícios, conforme convém, igualmente, à utilidade e honra do reino". E para o Bispo de Silves os reis não são proprietários, mas defensores, administradores e aumentadores dos seus reinos". Entre os motivos por que os maus reis e principes pecam, refere o facto de despacharem os negócios mais importantes do seu reino por senso próprio, ou com poucos dos seus assessores, quando, para isso, deviam chamar a maior parte do reino, isto é, os seus súbditos, visto que esses assuntos lhes interessarem, e porque o que a todos diz respeito por todos deve ser aprovado. É a manifestação do célebre princípio do Q. O. T. ("quod omnes tangit ab omnibus debet approbari"), que vai constituir o elemento doutrinário fundamental das Côrtes Gerais, ultrapassando o simples dever de conselho. Álvaro Pais assinala também que os maus reis alteram a moeda para seu lucro temporal e sem a aprovação do povo que sofre o prejuízo, pelo que perante Deus e o direito são obrigados a dar uma compensação ao povo, se este liberalmente não lha dispensar. Partindo do princípio que a justiça e legitimidade do poder depende não só do modo de aquisição como do uso, considera que o rei portando‑se infielmente para com a multidão, ao contrário do que lhe merece que os súbditos não observem o pacto mútuo de amizade. E isto porque não se é obrigado a cumprir a palavra para com aquele que a não cumpriu. (cfr. trad. port. de Miguel Pinto Meneses, Espelho dos Reis, Lisboa, Centro de Estudos de Psicologia e História da Filosofia, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2 vols., 1955 - 1963).
 
Speier, Hans, Lerner, David, Lasswell, Harold, Propaganda and Communication in World History, 3 vols., Hawaii, University of Hawaii Press, 1980.
 
 
 
 
 
 
Spencer, Herbert (1820-1903) Teórico do evolucionismo e do liberalismo clássico. Sem nunca ter frequentado uma escola secundária ou uma universidade, depois de ter sido maquinista de comboios, decide estudar filosofia como autodidacta. Concebe a evolução como resultado da complexidade crescente, da cisão, da diferenciação e da passagem do homogéneo ao heterógeneo, do difuso ao denso. Influenciado por Comte, cria a expressão sobrevivência dos mais aptos, antes de Darwin. Considera que os factos psico-sociais nascem dos factos biológicos e que estes nascem dos fenómenos físicos e cósmicos.
 
"todos os que compõem a organização governamental e administrante unem‑se entre eles e separam‑se dos outros".
Herbert Spencer (1820‑1903), que nos seus Principles of Sociology, de 1877, considera a sociedade como um organismo social, na senda do darwinismo, um organismo marcado pela evolução, pela diversificação e pela especialização crescente dos diversos órgãos e parcelas, distinguindo claramente entre estruturas sociais e funções sociais.
em Principles of Sociology, de 1875, foi um dos primeiros a considerar a existência dessa sociedade primitiva:"a causa que mais contribuiu para engrandecer as ideias dos fisiologistas, é a descoberta pela qual nós aprendemos que organismos que, no estado adulto, nada parecem ter em comum, foram, nos primeiros períodos do seu desenvolvimento, muito semelhantes; e mesmo que todos os organismos partem duma estrutura comum. Se as sociedades se desenvolvem e se a dependência mútua que une as suas partes, dependência que supõe a cooperação, se efectuou gradualmente, é preciso admitir, que apesar das diferenças que acabam por separar as estruturas desenvolvidas, há uma estrutura rudimentar donde todas derivam".
 
"O facto de que as constituições não se fazem, mas crescem é apenas um fragmento do facto mais amplo de que, em todos os seus aspectos e através de todas as suas ramificações, a sociedade é um crescimento e não uma manufactura"
O organicismo vai ser particularmente reforçado com o evolucionismo de Darwin que, no domínio das ciências sociais se reflecte particularmente em Herbert Spencer (1820‑1903).
Este logo em Janeiro de 1860, imediatamente após a publicação de A Origem das Espécies, em Novembro de 1859, escreve na Westminster Review um artigo intitulado The Social organism, onde compara as sociedades feitas pelos homens aos organismos à base de células. Para ele, uns e outros começam por pequenos agregados que vão progressivamente aumentando. Ambos têm origem numa estrutura muito simples que pouco a pouco se vai complexificando; se, no começo, não existe uma dependência mútua entre as diversas parcelas, essa unidade vai crescentemente estabelecendo‑se.
Neste sentido, critica o organicismo de Platão e Hobbes que "caem na extrema inconsistência de considerar uma comunidade como tendo uma estrutura similar à de um ser humano, e todavia produzida pelo mesmo modo que um mecanismo artificial ‑ como natureza, a de um organismo; na sua história, uma máquina".
Em Essays, Scientific, Political and Speculative, de 1890, desenvolve esta teoria, considerando que a sociedade é um organismo que está submetido às mesmas leis que os organismos vivos.
Obedece aos princípios da adaptação, que é condição de sobrevivência, e da evolução, condição de permanëncia das espécies. Se os organismos vivos inúteis se atrofiam e desaparecem, já os úteis tendem a desenvolver‑se.
 
Em The Man versus the State, de 1884, chega mesmo a considerar que o Estado é um obstáculo à evolução natural deste processo orgânico, considera que visa interferir nas actividades dos cidadãos, mais do que o necessário para impôr as suas limitações recíprocas, é uma proposta que pretende melhorar a vida pela ruptura com as condições fundamentais necessárias à vida.
Spencer, constroem a personalidade jurídica do Estado por analogia com o "organismo social", ideia por sua vez feita à imagem e semelhança do ser vivo.
 
Complexidade orgânica
Não admira pois que o organicismo sociológico, entendendo a sociedade como um organismo tenha começado a falar em estruturas, ou em órgãos, e funções, como aconteceu sobretudo com Herbert Spencer. Este último vem reconhecer que os organismos sociais quanto mais crescem em massa, mais se tornam complexos, ficando as respectivas partes cada vez mais mutuamente dependentes. Assim, essa passagem da simplicidade para a complexidade no corpo político, geraria uma functional dependance of parts, com centros coordenadores de uma espécie de sistema nervoso, destinados a receive infomation and convey commands. É que os organismos sociais seriam algo mais que a simples agregação da companionship e que a necessidade de acção combinada contra inimigos da multidão, dado que se destinam a facilitar a sustentação pela mútua ajuda-cooperação para melhor satisfação do corpo e eventualmente do espírito
simpatia de que falavam Herbert Spencer e Adam Smith, mas antes na justiça como princípio objectivo de ordenação social, como ordem a realizar. Spencer, repetindo o relativismo aristotélico, há sempre uma alma de verdade em todas as coisas falsas e uma alma de erro em todas as coisas verdadeiras.
 
·The Proper Sphere of Government
1842.
·Social Statics or the Conditions Essential to Human Happiness Specified
 1851.
·Over-Legislation
 1853.
·Representative Government. What Is It Good For
1857.
·The Social Organism
1860.
·Specialized Administration
1871.
·Principles of Sociology
1875.
·The Man versus the State. With Six Essays on Government, Society and Freedom
1884 cfr. ed. Liberty Fund por Eric Mack, com pref. de Albert Jay Nock, Indianapolis, Liberty Classics, 1982.
·Essays, Scientific, Political and Speculative
1890.
·The Principles of Ethics
1891 cfr. ed. Liberty Fund em 2 vols. por Tibor R. Machan, Indianapolis, Liberty Classics, 1872.
·From Freedom to Bondage
1891.
 
}Barata, Óscar Soares, «A Sociologia de Herbert Spencer», in Estudos Políticos e Sociais, X, 1982, pp. 203-252.
 
 
 
Spengler, Oswald (1880-1936) Filósofo da história alemão. Estuda ciências naturais em Halle, Munique e Berlim e dedica-se ao ensino secundário até 1910. Depois de 1918, assume-se como jornalista político. 102, 685 106, 722
1916
Untergang des Abendlandes. Umrisse einer Morphologie der Weltgeschichte
 
Viena, Braumüller, 1918. Tem uma primeira edição em 1916, em Leipzig. A Decadência do Ocidente. Esboço de uma Morfologia da História; o tomo I intitula-se Gestalt und Wirklichkeit, ou Forma e Realidade. O segundo vol. intitulado Der mensch und die Technik, data de 1922 e é editado em Munique.
 
Trad. fr. Le Déclin de l'Occident, Esquissse d'une Morphologie de l'Histoire Universelle, Paris, Gallimard, 1948.
 
Trad. port. A Decadência do Ocidente, Rio de Janeiro, Zahar, 1982.
1920
Preussentum und Sozialismus
 
 
1922
Welthistorische Perspektiven
 
Armin Mohler
1931
Der Mensch und die Technik. Bertrag zu einer Philosophie des Lebens
 
Munique, 1931
Trad. port., O Homem e a Técnica, Lisboa, Guimarães Editores, 1980.
1932
Politische Schriften
 
 
1933
Jhare der Entscheidung. Deutschland und die Weltgeschichtliche Entwicklung
 
Munique
Trad. fr. Années Décisives. L'Allemagne er le Développement du Monde, Paris, Mercure de France, 1934.
 
Spenlé, J. E.
·Novalis, Essai sur l'Idéalisme Romantique
Trad. fr., Paris, 1905.
O Pensamento Alemão. De Lutero a Nietzsche
Trad. port. de Mário Ramos, Coimbra, Arménio Amado, 1942.
 
Sperber, Manes, Psychologie du Pouvoir, Paris, Éditions Odile Jacob, 1995.
 
Spero, Joan, Hart, Jeffrey A., The Politics of International Economic Relations, 5ª ed., Nova York, Saint Martin’s Press, 1996.
 
 
Spinelli, Altiero (1907-1986) Político italiano, autor do Manifesto Federalista Europeu de Ventotene de 1941, juntamente com Ernesto Rossi. Foi membro do PCI até 1937, sendo detido em 1927 e libertado em 1943, quando passa para o exílio. É na prisão de Ventotene que, estudando os federalistas anglo-saxónicos, abandona as ideias comunistas. Fundador do Movimento Federalista Europeu, criado em Milão em 27-28 de Agosto de 1943, do qual foi secretário-geral de 1948 a 1962. Conselheiro do ministro dos estrangeiros italiano, Pietro Nenni, entre 1968 e 1969. Membro da Comissão das Comunidades a partir de 1970. Eleito deputado europeu numa lista do PCI em 1976, 1979 e 1984, sendo nesta data o presidente da Comissão Institucional do Parlamento Europeu. Funda o Clube do Crocodil em Estrasburgo. Autor de uma proposta sobre um Tratado de União Europeia, aprovada pelo Parlamento Europeu em 14 de Fevereiro de 1984.
·Manifesto de Ventotene
1941. Novas edições em 1943 e 1944Com E. Rossi.
·Problemi della Federazione Europea
Roma, Edizioni del Movimento Italiano per la Federazione Europea, 1944. Com E. Rossi.
 
Spinelli, Relatório 1984 Entretanto surgem algumas transfusões de voluntarismo político que estarão na base do Acto Único Europeu, desde o relatório Spinelli às conclusões da Comissão Dooge, que coincidem no diagnóstico, desde o reconhecimento da ineficácia das instituições europeias à própria insuficiência de uma acção comum nos domínios da política social e da tecnologia bem como nos da política externa e da política de defesa. Aliás, o próprio François Mitterrand, discursando em Haia, em Fevereiro de 1984, considerava a Europa como uma espécie de edifício abandonado. É neste contexto, que em 14 de Fevereiro de 1984, o Parlamento Europeu aprovava o relatório do eurodeputado italiano Altiero Spinelli sob a forma de um Projecto de Tratado sobre a União Europeia, na sequência de uma iniciativa desencadeada pelo mesmo em Julho de 1982. Nele se previa a instituição de uma União Europeia, uma nova organização onde se dissolveriam as três comunidades europeias existentes. Contudo, negava-se qualquer hipótese de Europa à la carte, dado que apenas fariam parte da união os Estados que aceitassem as novas regras, delineando-se um modelo que, depois, vai dar origem às metáforas da Europa dos círculos concêntricos e da Europa a duas velocidades. Neste sentido, eis que o próprio Mitterrand, em discurso proferido no Parlamento Europeu, em 24 de Maio, vem falar na possibilidade de uma Europa de geometria variável, aceitando algumas das linhas do projecto de União Europeia aí aprovado, bem como a criação de um secretariado permanente para a cooperação política. No seguimento da criação de uma Comissão de Assuntos Institucionais em 1981, presidida por Altiero Spinelli, eis que em 14 de Fevereiro de 1984 o Parlamento europeu aprovava, por 237 votos, contra 31 e 43 abstenções, um Projecto de Tratado sobre a União Europeia[1]. A União Europeia aparecia como organização nova que dissolveria, ultrapassando, as três comunidades existentes. Não englobaria necessarimente todos os membros das Comunidades, mas apenas os que, aceitando o novo tratado, nela quisessem participar. Alargamento das competências para a realização de uma verdadeira união económica e monetária e no campo político. O Conselho Euroopeu passava a ser integrado nas instituições europeias. O Presidente da Comissão seria nomeado pelo Conselho Europeu, competindo-lhe escolher os restantes comissários. A Comissão seria investida pelo Parlamento europeu. Alargamento dos poderes da Comissão, com a manutenção do poder de iniciativa. Partilha do poder legislativo pelo Conselho e pelo Parlamento. Abolição do direito de veto no Conselho, subsistindo apenas por um período de dez anos sempre que qualquer Estado membro invocasse interesses vitais. Funcionamento do Tribunal de Justiça como verdadeiro tribunal de cassação em relação aos supremos tribunais nacionais. Segundo as palavras do próprio Spinelli a nova entidade política chamar-se-á União, porque esta é a expressão adoptada desde 1952 para descrever a aboutissement da construção europeia. deste modo se poria fim à pluralidade de Comunidades, Coopoeração, Sistema monetário, colocando a integralidade da construção europeia sob o signo da União
 
Spínola, António Sebastião Ribeiro de (1910-1996) Presidente da República, de 15 de Maio até 30 de Setembro de 1974. Funda depois o MDLP. Militar da arma de cavalaria. Capitão em 1943, depois de em 1941 ter visitado a frente germano-soviética de Leninegrado. De 1955 a 1964 pertence ao Conselho de Administração da Siderurgia Nacional. Tenente-coronel em 1961, oferece-se como voluntário para Angola. Coronel desde 1964. Brigadeiro em 1966. Governador da Guiné, de Maio de 1968 a Setembro de 1973, transforma-se num dos últimos generais românticos do Ocidente, invertendo a sorte da guerra subversiva movida pelo PAIGC, quando através de processos políticos e psicológicos faz uma política agressiva de intervenção social, nomeadamente pela realização dos Congresso do Povo. Promovido a General em 1972. Não deixa, no entanto, de ter ousadia clássica, bem expressa pela autorização dada desembarque de Alpoim Galvão em Conakri em 25 de Novembro de 1969, visando o falhado derrube de Sekou Touré e a prisão de Amílcar Cabral, apenas conseguindo a libertação de militares portugueses aí presos. Ousa também uma política de negociações em nome de uma espécie de paz dos bravos. Neste sentido, encontra-se com Senghor no Senegal em 18 de Maio de 1972. Em Outubro desse ano recebe proposta de Amílcar Cabral para um encontro. Regressa a Lisboa em 6 de Agosto de 1973, sendo substituído em Bissau por Bettencourt Rodrigues. Nomeado por Marcello Caetano, Vice-Chefe do Estado Maior general das Forças Armadas em Janeiro de 1974. Lança o livro Portugal e o Futuro em 22 de Fevereiro de 1974. Demitido de Vice CEMGFA em 14 de Março de 1974. Promovido a marechal em Dezembro de 1981.
 
 
SPINOZA, ver ESPINOSA
 
 
 
The Spirit of Democratic Capitalism, 1982. Michael Novak defende o capitalismo democrático, assente em três elementos: uma economia de livre concorrência, um regime democrático respeitador dos direitos dos indivíduos, um conjunto de instituições culturais pluralistas animadas pelos ideais de liberdade e justiça para todos. Acentua a necessidade do progresso, da empresa, da interdependência e da cooperação). Considera uma "tragédia" o facto da "incapacidade da Igreja em compreender as raízes etico‑culturais" do capitalismo e dos intelectuais católicos deste século traçarem uma clara fronteira entre a filosofia católica (do personalismo, da comunidade e do solidarismo) e a filosofia anglo‑saxónica (do individualismo, do utilitarismo e do pragmatismo). È que o capitalismo democrático é "um sistema tripartido: económico, moral e político ao mesmo tempo"ais do que um sistema é "um modo de viver" marcado pelo "pluralismo", isto é, pelo não conhecimento de "um sentido colectivo do que é bom e verdadeiro", como defendem tanto os tradicionalistas como os socialistas. O que passaria tanto por uma separação entre a economia, a política e a religião, como por "uma das teorias menos moralmente pretensiosas", o utilitarismo de Bentham. Ora "a própria estrutura do capitalismo democrático tem por alvo a comunidade", mas "não, evidentemente, na linha nostálgica da Gemeinschaft, mas como uma nova ordem de comunidade, a comunidade de pessoas livres, em associações voluntárias" e que se traduz em quatro ideias estruturais:" a do progresso mundial" ou da riqueza de todas as nações, que é "uma intenção social e universal"; a ideia de empresa que é "um instrumento social novo" de interdependência, privilegiando a cooperação em lugar do proteccionismo bem como o ethos da cooperação [trad. port. do padre João Evangelista, com prefácio de Paulo Portas, O Espírito do Capitalismo Democrático, Coimbra, Gráfica de Coimbra, 1985, com patrocínio do Movimento Católico
de Empresários e Gestores].
 
Spirito, Ugo (1896-1979) Filósofo e político italiano. Discípulo de Gentile, foi um dos teóricos do corporativismo fascista. A partir de 1936, começa a abandonar o idelaismo e a laborar naquilo que qualificou como problematicismo, criticando a mania da sociedade ocidental quando procura definir um sistema, dado que uma realidade espiritual é sempre indefinível, não podendo ser captado o todo pela referida definição do sistema. Abandonando o fascismo, mas não o totalitarismo, chega mesmo a elogiar as experiências comunistas. Continuando distante da democracia liberal, acaba, nos últimos tempos por voltar ao fascismo, colaborando com o Movimento Social Italiano.
1920
Il Pragmatismo nella Filosofia Contemporanea
 
 
1932
Individuo e Stato nell’Economia Corporativa
 
1932
 
La Vita como Ricerca, 1937
 
La Vita come Arte
 
1941
 
Il Problematicismo
 
Florença, 1948
 
La Vita come Amore
 
1953
 
 
Spiro, Herbert J., Eckstein, H., Beer, S. H., Ulam, Adam, Wahl, N., Patterns of Government. The Major Political Systems of Europe, Nova York, Random House Publishers, 1958.
¾ Politics as a Master Science. From Plato to Mao, Nova York, Harper & Row, 1970.
 
Spitz, David, Patterns of Anti-Democratic Thought [1ª ed., 1949], Glencoe, The Free Press of Glencoe, 1965.
 
Spitz, Elaine, Majority Rule, Chatham, Chatham House Publishers, 1984.
 
Spoil System Sistema de troféus. Diz-se do sistema norte-americano de nomeação de novas equipas depois da eleição de um presidente. Instituído por Andrew Jackson no primeiro quartel do século XIX. Segundo Max Weber, a atribuição de todos os postos da administração federal ao séquito do candidato presidencial vitorioso. A partir de então, surge o partido como simples organização de caçadores de cargos, sem convicção alguma. Equivalente aos jobs for the boys. É neste sentido que Bailey considera a política como um jogo onde os competidores actuam numa arena visando a conquista de troféus. Levou ao aparecimento, no modelo norte-americano, do boss, do empresário político capitalista que procura votos em benefício próprio, sem ter uma doutrina e sem professar qualquer espécie de princípios. Um político profissional típico que trata de atacar os outsiders que lhe podem ameaçar os futuros rendimentos, isto é o futuro poder.
 
 
Spoudaios O estado do bios theoretikos (vida teórica), do spoudaios, é o do homem sério e maduro, daquele que é capaz de uma vida teórica, enquanto vida contemplativa, recolhendo-se na ausência de paixões (apatia) e na indiferença (ataraxia).
 
äBios Theoretikos
 
Spragens Jr., Thomas A.
·The Dilemma of Contemporary Political Theory. Toward a Post-Behavioral Science of Politics
Nova York, Dunellen, 1973.
·Understanding Political Theory
Nova York, Saint Martin’s Press, 1976.
·The Irony of Liberal Reason
Chicago, The University of Chicago Press, 1981.
·Reason and Democracy
Durham, Duke University Press, 1990.
 
Spruyt, Hendrik, The Sovereign State and Its Competitors. An Analysis of Systems Change, Princeton, Princeton University Press, 1994.
 
Spykman Refere a Eurásia como uma das cinco grandes Ilhas do Mundo, ao lado da Austrália, da África, da América do Sul e da América do Norte. Esta Eurásia seria a ilha mais extensa  duas vezes e meia maior que a América do Norte  e a mais populosa  dez vezes mais população que a América do Norte. Para Spykman, à volta da massa continental da Eurásia, ficaria a grande rota de circum-navegação do mundo e, entre a grande massa central e a rota marítima estaria a terra orla (Rimland), qualificando esta como an intermediate region situated as it is between heartland and the marginal seas. It functions as a vast buffer zone of conflict between sea power and land power. Looking in both directions, it must function amphibiously and defend itself on land and sea. In the past, it has to fight against the land power of the heartland and against the sea power of the offshore islands of Great Britain and Japan. Its amphiious nature lies at the basis of its security problems. Tal orla compreenderia a Europa Ocidental e Central, o Próximo Oriente, com a Turquia, o Irão e zonas do Afeganistão, do Tibete, da China e da Sibéria Oriental, bem como as penínsulas da Arábia, da Índia e da Indochina. E à maneira de outros estrategistas, como Mackinder, eis que Spykman considera que a grande massa continental da Eurásia depende da orla.
·America's Strategy in World Politics. The United States and the Balance of Power
Nova Iorque, Harcourt Brace, 1942.
·The Geography of Peace
Nova Iorque, Harcourt Brace, 1944.
 
: POLÍBIO VALENTE DE ALMEIDA, Do Poder do Pequeno Estado, pp. 245 e ss., bem como JOÃO BAPTISTA PEREIRA NETO, As Províncias Portuguesas do Oriente perante as Hipóteses Geopolíticas, in Colóquios sobre as Províncias do Oriente, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1. º Volume, Lisboa, 1968, pp. 201-244.